Depois de ser conhecida a decisão instrutória que determinou que Rui Moreira vai a julgamento por causa do caso Selminho, o autarca do Porto afirmou que a decisão instrutória "não lhe tira razão, só remete o desfecho para outro momento e para outros juízes".
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Convencido da sua inocência, insultado pela "infâmia" que paira sobre a sua integridade, mas também com uma vontade "inabalável como o granito" para "continuar a lutar pela cidade" do Porto. Foi assim que o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, reagiu à decisão do Tribunal de Instrução Criminal de enviar para julgamento o processo "Selminho".
Nesta terça-feira, cerca de duas horas depois de conhecida a decisão da juíza Maria Antónia Miranda Ribeiro, o autarca apresentou-se aos jornalistas muito emocionado e com a certeza de que a pronúncia que o levará a julgamento não lhe "deu, nem tirou razão". "Pura e simplesmente remeteu a discussão para outro momento e para outros juízes", afirmou. Mesmo assim, o edil portuense lamentou uma "acusação que não tem qualquer fundamento", mas que não será alvo de "qualquer expediente dilatório" por surgir, "tal como há quatro anos, em vésperas de eleições".
Ou seja, Rui Moreira continua a defender que o caso "Selminho" é um processo eminentemente político, uma vez que, disse, é "absolutamente inequívoco" que não teve "qualquer participação em qualquer processo em que estivesse envolvida" a sua família ou que "alterasse a posição do município em qualquer processo judicial". "Considero, por isso, um insulto e uma infâmia que se possa, sequer, por a hipótese de eu poder ter beneficiado a minha família", realçou.
Porta aberta à recandidatura
Inspirado no exemplo do pai, que celebraria 90 anos precisamente no dia em que viu confirmada a acusação de prevaricação e abuso de poder, Rui Moreira garantiu que "os tempos perigosos em que vivemos", em que os "adversários se comportam como inimigos e aceitam usar todas as armas ao seu alcance, por mais ignóbeis que sejam", não o afastarão do seu "compromisso com o Porto". "Quero deixar bem claro, em particular àqueles que há muito me tentam afastar dos portuenses, que este processo não interferirá na avaliação política sobre a minha recandidatura a presidente da Câmara Municipal do Porto. Isto seria uma traição a tudo aquilo em que acredito, bem como àqueles que sempre me apoiaram e que têm estado ao meu lado", sustentou.