Rui Pinto, o pirata informático de Vila Nova de Gaia detido na Hungria, a pedido das autoridades portuguesas, chega esta quinta-feira ao aeroporto de Lisboa, escoltado por elementos da Polícia Judiciária. Deve ser levado ao Tribunal Central de Investigação Criminal, para ser ouvido por um juiz, na sexta-feira.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, as autoridades tinham inicialmente previsto a extradição de Rui Pinto para sexta-feira, mas decidiram antecipar a operação por um dia. O objetivo será fazer com que o suspeito de crimes informáticos e tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen seja formalmente constituído arguido e identificado ainda na sexta-feira, permitindo assim que o seu interrogatório se possa prolongar para o início da próxima semana.
Ainda segundo o que foi possível apurar, a PJ preparou uma operação discreta, para evitar que Rui Pinto seja exposto, quer ao público, quer aos jornalistas, na chegada ao aeroporto. O advogado de Rui Pinto, Francisco Teixeira da Mota, deslocou-se a Budapeste propositadamente para acompanhar o seu cliente no voo até Portugal.
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Rui Pinto está indiciado por crimes alegadamente cometidos em 2015, quando começaram a surgir na Internet as primeiras notícias sobre contratos de jogadores, nomeadamente do Sporting, do F. C. Porto e do Benfica. Na altura, o sistema informático do fundo Doyen foi um dos pirateados. No mesmo ano, a Doyen recebeu um e-mail a pedir "uma oferta generosa" de pelo menos 500 mil euros para travar a divulgação de segredos. É por isso que Rui Pinto está indiciado por tentativa de extorsão.
De acordo com fontes ligadas ao processo, o Ministério Público tenciona pedir uma medida de coação privativa da liberdade, por entender que o pirata pode perturbar o inquérito ou fugir para o estrangeiro. Poderá passar pela prisão preventiva ou domiciliária.
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