Rui Rangel e Fátima Galante só vão conhecer na próxima quarta-feira as medidas de coação, no âmbito da Operação Lex, da qual são arguidos.
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Rui Rangel e Fátima Galante não apareceram esta sexta-feira no Supremo Tribunal de Justiça. Os seus advogados, João Nabais e Paulo Sá e Cunha, respetivamente, chegaram cerca das 10 horas.
Saíram pelas 11.30 horas, depois de conhecerem a proposta do Ministério Público para as medidas de coação a aplicar aos dois juízes desembargadores. Nem João Nabais nem Paulo Sá e Cunha quiseram comentar as medidas de coação propostas, alegando segredo de justiça.
Os advogados têm até segunda-feira (dia 12) para se pronunciarem, podendo fazê-lo presencialmente ou por escrito.
O juiz conselheiro Pires da Graça irá anunciar as medidas de coação definidas dois dias depois, na quarta-feira (14) pelas 17 horas.
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Os juízes Rui Rangel e Fátima Galante decidiram não prestar declarações no interrogatório que decorreu, na quinta-feira, no Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa.
Rui Rangel e Fátima Galante são juízes desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa e estão indiciados por crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagens, branqueamento, fraude fiscal e branqueamento.
Ambos já foram suspensos das suas funções pelo Conselho Superior da Magistratura, que também impediu a promoção de Galante ao Supremo.
A operação Lex tem pelo menos 13 arguidos, entre os quais se encontram o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares, o ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues e três advogados.
Cinco arguidos foram mesmo detidos - os advogados Jorge Barroso, José Santos Martins e Bernardo Santos Martins, o oficial de Justiça Octávio Correia e Rita Figueira, ex-mulher do juiz Rui Rangel. Todos saíram em liberdade após primeiro interrogatório judicial, mas sujeitos a Termo de Identidade e Residência e proibição de contactos. Um dos advogados, que não foi identificado, terá de pagar uma caução de 25 mil euros.
A Operação Lex investiga branqueamento de capitais, fraude fiscal, tráfico de influências e corrupção/recebimento indevido de vantagens.
Na operação, desencadeada no passado dia 30 de janeiro, foram realizadas 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, nomeadamente ao Sport Lisboa e Benfica, à casa de Luís Filipe Vieira e dos dois juízes e a três escritórios de advogados.