Um homem sacou mais de 232 mil euros a dezenas de pessoas, entre 2021 e julho de 2023, através de um esquema de falsos anúncios de venda no Marketplace do Facebook, e gastou praticamente todo o dinheiro em casinos e apostas online. Foi agora acusado pelo Ministério Público (MP) de 49 crimes de burla qualificada, quatro crimes de uso de documentação de identificação alheio, três crimes de falsificação de documento e um crime de branqueamento.
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Frequentador assíduo dos casinos da Figueira da Foz, Póvoa de Varzim e Espinho, o homem terá criado contas no Facebook, utilizando a sua identidade verdadeira e, posteriormente, a de outras pessoas, para vender vários bens de que não era proprietário e de outros que, embora estivessem na sua posse, nunca foi sua intenção vender.
Segundo a acusação, os interessados, crendo na seriedade dos anúncios, acabavam por contactar telefonicamente e via WhatsApp o suspeito, para realizarem os negócios.
"Durante estas conversações, para conferir maior credibilidade à sua alegada intenção de venda, este arguido remeteu-lhes, inclusive, documentação forjada, de molde a reforçar nos seus interlocutores a convicção de que estavam a realizar reais negócios de compra e venda", informou, esta sexta-feira, o MP.
Mais três arguidos
A acusação diz que, para o pagamento das supostas aquisições, o arguido indicava contas bancárias tituladas por outros três arguidos, igualmente acusados de branqueamento, assim como fornecia dados para pagamento, com entidade e referência, tendo por destino contas de jogo online por si dominadas.
A maior parte do dinheiro das vítimas era depois aplicado em jogo nos Casinos da Figueira da Foz, da Póvoa e de Espinho, dos quais era frequentador habitual, assim como em jogo online.
O MP de Coimbra diz que o principal arguido, atualmente em prisão preventiva, obteve uma vantagem ilícita de pelo menos 232 mil euros, valor que é pedido a favor do Estado.

