Sandra Madureira e mais cinco já foram libertados mas "Macaco" arrisca ficar preso
Ministério Público quer Madureira e "Polaco" em prisão preventiva e Catão em domiciliária. Medidas conhecidas na quarta-feira às 16 horas.
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Prisão preventiva para Fernando Madureira ("Macaco") e Hugo Carneiro ("Polaco") e domiciliária para Catão. Estas são as medidas de coação defendidas pelo Ministério Público (MP) para os três arguidos da Operação Pretoriano a quem foram imputados o maior número de crimes e os mais graves. Para os restantes nove detidos na semana passada, apenas foi pedida a proibição de contactos com ofendidos e testemunhas, proibição de acesso e aproximação a recintos desportivos e apresentações periódicas às autoridades. As medidas de coação decididas pelo juiz Pedro Miguel Vieira serão conhecidas esta tarde, às 16 horas.
A investigação acredita que Fernando Madureira, "Polaco" e Vítor Catão foram preponderantes e participaram efetivamente no planeamento e orquestração do clima de intimidação, medo e coação vivido na Assembleia Geral (AG) Extraordinária do F.C. Porto no dia 13 de novembro. Já quanto aos outros arguidos, o decurso das diligências levou a que o MP desagravasse alguns dos crimes que lhes eram imputados
Seis soltos durante a tarde
Durante a tarde de terça-feira, após a promoção do MP, o juiz Pedro Miguel Vieira decretou a libertação dos seis arguidos ainda detidos para quem não tinham sido pedidas penas privativas de liberdade. Entre os libertados estava Sandra Madureira, mulher de "Macaco", detida desde quarta-feira com o marido na Esquadra de Santo Tirso.
Da Esquadra da Bela Vista, no Porto, saíram os restantes cinco arguidos agora soltos: Vítor "Aleixo" e o filho, José Pereira, Hugo Loureiro e Fernando Saul, oficial de ligação dos adeptos e "speaker" do F. C. Porto. Foram recebidos com aplausos e em clima de festa por algumas dezenas de amigos que os aguardavam à porta.
No sábado, já haviam sido libertados Tiago Aguiar, funcionário do F. C. Porto, António Moreira de Sá, suspeito de ter agredido um adepto no Assembleia Geral, e Carlos Nunes, conhecido como "Jamaica".
Na segunda-feira à noite, o principal arguido, Fernando Madureira, foi ouvido ao longo de mais de quatro horas. Já Vítor Catão, que inicialmente manifestou vontade de prestar depoimento, recuou e optou por permanecer em silêncio. Para este último arguido foi pedida a prisão domiciliária, com monitorização por pulseira eletrónica.
Todos terão de ir quarta-feira ao TIC
Todos os 12 arguidos, incluindo os três que haviam sido soltos no sábado, terão de marcar presença quarta-feira, às 16 horas, no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para tomarem conhecimento das medidas de coação decretadas pelo juiz Pedro Miguel Vieira.
Segundo uma nota da Procuradoria Distrital do Porto, na Operação Pretoriana estão em causa "crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação".
Libertação
Saiu de carrinha
Sandra Madureira saiu numa carrinha da Esquadra de Santo Tirso. Estava sentada no banco de trás e tapou a janela para ninguém lhe ver a cara.
Cordão de segurança
A PSP montou um cordão de segurança para afastar da entrada da Esquadra da Bela Vista as dezenas de amigos dos cinco arguido que iam ser soltos na tarde desta terça-feira.
Forte segurança
São esperadas fortes medidas de segurança para esta tarde no Tribunal de Instrução criminal do Porto devido à presença de todos os arguidos para ouvir as medidas de coação.