Sangue encontrado não é de Mónica, mas Fernando Valente ainda pode ser condenado
Há vários casos de condenações à pena máxima de arguidos por homicídio sem que tenha sido encontrado o corpo. Fernando Valente nega ter matado a grávida da Murtosa.
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Os vestígios de sangue encontrados num tapete pertencente a Fernando Valente, o empresário preso por suspeita de ter matado Mónica Silva, a grávida da Murtosa que está desaparecida há 83 dias, não é humano, concluíram os exames. Esta poderia ter sido uma prova determinante na construção do caso contra o arguido, a juntar-se a outras mais circunstanciais já na posse das autoridades, designadamente localizações de telemóveis . Dada a ausência de corpo da vítima, a investigação torna-se mais difícil, mas são vários os homicídios sem cadáver que já resultaram em condenações, mais do que aqueles em que os juízes decidiram pela absolvição (ver ficha).
Ainda recentemente o diretor da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, questionado acerca do caso da Murtosa, recordou que em investigações anteriores a ausência do corpo das vítimas não impediu condenações à pena de 25 anos de prisão. “Estamos a trabalhar com muito afinco, há um detido nesse processo, prosseguimos na aquisição e recolha de prova, sendo que naturalmente em investigação desta natureza prosseguimos na tentativa de recuperar o corpo da vítima”, disse Luís Neves. Infelizmente no passado já tivemos vários casos em que não foi possível chegar ao local onde o corpo da vítima foi colocado”, reconheceu o diretor da PJ.