O Ministério Público arquivou, no ultimo dia de janeiro, o inquérito, que tinha sido aberto em fevereiro de 2017, relativo a uma pretensa viciação de resultados desportivos que levaram à suspensão das apostas do "Placard" minutos antes do encontro Feirense - Rio Ave.
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A investigação, suscitada por queixa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, teve origem num "inusitado" acréscimo de apostas, algumas delas de centenas de milhares de euros, minutos antes daquele jogo, realizado a 6 de fevereiro de 2017.
Faltavam minutos para o início do Feirense-Rio Ave, quando a Santa Casa, promotora do "Placard", decidiu suspender este jogo de apostas desportivas. A razão, então explicada e que levou à abertura de um inquérito por parte do Ministério Público do DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal), em Lisboa, foi a chuva de apostas, de considerável valor e à última da hora, que punham em causa, até, a possibilidade de o promotor pagar os prémios.
Suspeitou-se então de "combinações" entre protagonistas do jogo Feirense-Rio Ave, para que o resultado fosse favorável a quem, à última da hora, tinha apostado fortemente na vitória da equipa da casa.
Os investigados, todos do Rio Ave, foram Cássio (guarda-redes), Marcelo, Roderick Miranda e Nadjack. Agora, sete anos volvidos, o DCIAP decidiu arquivar o processo por falta de indícios, nomeadamente de eventuais pagamentos para facilitar a derrota da equipa de Vila do Conde, que aconteceu mesmo (2-1). O inquérito pode ser reaberto se surgirem novas provas.
Suspeitas usadas por Boaventura
O agente de futebol César Boaventura está a ser julgado noutro processo, no Tribunal de Matosinhos, pelo pretenso aliciamento, na época 2015/16, de três futebolistas do Rio Ave (Cássio, Leonn e Marcelo) para "facilitarem" frente ao Benfica.
A 26 de janeiro, em alegações finais, o advogado de defesa, Melo Alves, disse que a prova se baseara quase toda nos testemunhos de Cássio, Marcelo e Leonn. E tentou descredibilizar estes jogadores, sobretudo os dois primeiros, por então serem suspeitos de batota no inquérito no DCIAP, que, porém, seria arquivado cinco dias depois.