A sede nacional do Partido Socialista, no Largo do Rato, em Lisboa, foi um dos 42 alvos das buscas do Ministério Público, no processo de alegada corrupção que levou o primeiro-ministro, António Costa, a apresentar a sua demissão na terça-feira, 7 de novembro.
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O mandado de busca, na parte relativa àquelas instalações do PS, restringe a diligência a locais que Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro que se encontra detido desde terça-feira, ou outros dos suspeitos tenham usado como escritório ou para reuniões.
A sede nacional do PS acolheu reuniões entre Vítor Escária e dois administradores da Start Campus, empresa que pretendia construir um centro de dados em Sines e precisava de licenciamento ambiental, que também foram detidos na operação de terça-feira.
Entre as 20 buscas não domiciliárias que foram realizadas está também o gabinete ocupado por Vítor Escária na residência oficial do primeiro-ministro, no Palácio de São Bento.
O Ministério do Ambiente e da Ação Climática, o Ministério das Infraestruturas e a Secretaria de Estado da Energia e Clima, a Câmara Municipal de Sines foram outros dos alvos das buscas não domiciliárias.
O Ministério Público emitiu mandados para cinco escritórios e domicílios de advogados e para 17 residências, com o objetivo de apreender elementos que comprovem as suspeitas de crimes de corrupção, ativa e passiva, de titular de cargo político, tráfico de influência, recebimento indevido de vantagem quanto a titular de cargo político e titular de alto cargo público.
As buscas e as detenções foram executadas por 17 magistrados do Ministério Público, três magistrados judiciais, dois representantes da Ordem dos Advogados, cerca de 1455 elementos da PSP e nove da Autoridade Tributária e Aduaneira.