O Governo anunciou, nesta sexta-feira, que 16 mil elementos das forças de segurança, da proteção civil e da emergência médica serão destacados para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), revelou que haverá zonas de exclusão aérea e fronteiras condicionadas.
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O Plano de Segurança da JMJ agora conhecido prevê, durante a semana de 1 a 6 de agosto, a criação de quatro zonas de exclusão aérea em Lisboa e ainda em Fátima, cujo santuário será visitado por Sua Santidade. O documento antecipa, igualmente, o constrangimento de 23 aeródromos.
Ainda no que diz respeito ao espaço aéreo, será instalado, tal como o JN publicou, um sistema de deteção de drones não autorizados.
Controlo seletivo na fronteira
O responsável do SSI confirmou que as fronteiras deixarão de ser totalmente abertas durante a JMJ. Aliás, só será possível transitar de Espanha para Portugal em 21 pontos da linha que separa os dois países.
E mesmo nesses locais será realizado um controlo seletivo dos cidadãos estrangeiros. Este controlo será definido com base em indicadores de risco e em informações recolhidas pelas estruturas que integram o SSI.
Segundo uma resolução do conselho de ministros publicada nesta sexta-feira, em Diário da República, a reposição de controlos documentais nas fronteiras durante a JMJ vai entrar em vigor às 00:00 horas do dia 22 de julho, permanecerá ativo até às 00:00 horas de 7 de agosto e estará a cargo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, com a assistência PSP e GNR, além da eventual colaboração de autoridades de outros países, nos 21 pontos de passagem autorizados na fronteira terrestre nacional.
PSP partilha segurança do Papa
Em território nacional, esclareceu Paulo Vizeu Pinheiro, a segurança do Papa Francisco será garantida pela Gendarmaria do Vaticano, que acompanha Sua Santidade nas visitas oficiais. Mas também pela PSP, que dispõe de um Corpo de Segurança Pessoal para, entre outras tarefas, escoltar figuras de Estado de passagem por Portugal.
As medidas anunciadas nesta sexta-feira serão coordenadas a partir de quatro estruturas: Centro de Coordenação e Controlo; Centro de Informações e Cooperação Policial Internacional; Célula de Coordenação da Comunicação: Gabinete de Crise.
Para que nada falhe ao nível tático, operacional e estratégico, a organização da JMJ vai reforçar a capacidade de resposta e resiliência dos circuitos de comunicação de emergência, definindo 500 números de telemóveis prioritários para controlo e comando.
Preparação durou 400 dias
Para o secretário-geral do SSI, o plano procura garantir "elevados padrões de segurança" com o "mínimo impacto" na população e nos peregrinos, envolvendo várias entidades das áreas da segurança e proteção civil. Paulo Vizeu Pinheiro salientou também a colaboração das Forças Armadas, das polícias espanhola, europeia (Europol) e internacional (Interpol).
De igual modo, a ministra-Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, salientou que o plano de mobilidade e segurança é transversal a várias entidades. "Abarca muitas forças de segurança, não apenas uma. Abarca também as Forças Armadas, que se juntam também neste esforço de segurança, abarca os (...) vários atores, as várias empresas de transportes", realçou.
"É importante termos a consciência de que estamos perante um trabalho profissional. Este foi um trabalho feito ao longo dos últimos 400 dias para garantir que chegássemos a dias desta Jornada Mundial da Juventude em condições de dizer que quer os perímetros de segurança, quer o plano de mobilidade foram trabalhados com todas as autarquias e com todas as autoridades com que tinham de ser trabalhadas", acrescentou a governante.