A Obra Diocesana do Porto inscreveu, em 2010, uma pessoa com 38 anos como estando a frequentar uma creche, para obter comparticipação financeira da Segurança Social (SS).
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Este foi um dos casos denunciados ontem pela inspetora principal Sónia Vieira, a primeira testemunha a ser ouvida no processo em que a instituição particular de segurança social (IPSS) está acusada de ter burlado a Segurança Social em mais de 3,3 milhões de euros, entre 2009 e 2015. Também respondem pelos crimes seis responsáveis da IPSS, entre os quais o então presidente, Américo Ribeiro. Durante a segunda sessão de julgamento, que decorreu durante todo o dia de ontem, no Tribunal de São João Novo, no Porto, foram expostos vários “casos flagrantes”, como apelidou o juiz-presidente, de irregularidades nas várias respostas que os equipamentos da Obra prestam em várias freguesias do Porto.
Há situações de idosos que faleceram e continuaram durante meses nas listas para comparticipação, bem como utentes em listas de frequentadores de centros de dia quando não tinham ainda os 65 anos. Um dos que geraram mais bruaá na sala de audiências foi a inscrição, em 2009, para obtenção de comparticipação, de uma pessoa falecida na década de 70.