
A agressão ocorreu no exterior da discoteca "Via Rápida"
Foto: Igor Martins / Arquivo Global Imagens
Em causa estavam cinco euros, quantia necessária a cada um dos seis jovens que, numa madrugada de fevereiro do ano passado, queriam aceder à zona VIP do "Via Rápida", uma conhecida discoteca do Porto.
A discussão azedou entre alguns deles e, o mais renitente, esfaqueou outro com cinco golpes, agressão que poderia ter sido fatal pois atingiu-lhe os pulmões e o coração. Acusado de homicídio qualificado, na forma tentada, o agressor foi condenado, esta sexta-feira, por um coletivo de juízes do tribunal S. João Novo, no Porto, a 7 anos de prisão efetiva e ao pagamento de uma indemnização ainda não quantificada.
Os factos ocorreram no final de fevereiro do ano passado, no exterior da discoteca "Via Rápida", na zona industrial do Porto.
Eram 6 horas da manhã quando, à porta do clube noturno, um grupo de seis jovens discutiam sobre o preço que cada um teria de pagar para aceder a uma área reservada da discoteca. Contas feitas, cada um deles teria de dar 5 euros para lá chegar. A discussão azedou entre o arguido, Paulo Santos, de 25 anos, e a vítima, um jovem futebolista do Lavrense, João Freire, então com 20 anos. Paulo não esteve com meias medidas. Perante a estupefação dos outros, sacou de um objeto cortante (que nunca apareceu) e desferiu cinco golpes no opositor.
Três dos cortes rasgaram-lhe apenas a roupa, mas dois deles, embora superficiais, atingiram o pulmão e o coração, e apenas por acaso não foram fatais. A vítima foi conduzida ao hospital da Póvoa por um particular e depois reencaminhada de urgência para o hospital S. João, no Porto, onde seria operado de urgência, intervenção que lhe salvou a vida.
Para a juiz-presidente, o motivo foi tão fútil que convenceu o tribunal da "frieza e falta de afetividade pelo ser humano" demonstrados pelo arguido na ocasião.
Paulo Santos, que foi detido logo a seguir a crime, só teve como atenuantes o facto de não ter cadastro anterior e a arma usada - seria uma espécie de x-ato mas nunca apareceu - não ter sido considerada pelos juízes como "extremamente perigosa", como ficou provado pela pouca profundidade dos golpes.
Além dos sete anos de cadeia, Paulo Santos terá de pagar as despesas médicas da vítima, bem como o equivalente, em salários mínimos, aos meses em que a vítima esteve em recuperação.
