Cinco oficiais e dois sargentos foram detidos pela Polícia Judiciária Militar, esta quinta-feira.
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Entre os oficiais, há um tenente-coronel, soube o JN, três tenentes e um capitão. O tenente-coronel poderá ser o oficial que teria a seu cargo a coordenação do 127.º curso de comandos.
Além do tenente-coronel, no grupo de sete detidos está também o capitão-médico que era diretamente responsável pela assistência aos feridos.
O Estado-maior do Exército já confirmou, em comunicado, a detenção de sete militares dos Comandos associados à instrução do curso de Comandos, como avançou o JN. Os detidos já estão no presídio militar de Tomar, o único para militares no país, e serão presentes a tribunal, sexta-feira, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também confirmou a emissão de mandados de detenção relativamente a sete militares do curso de comandos no âmbito da investigação à morte de dois recrutas, salientando que as diligências ainda estão a decorrer. Foram "emitidos mandados de detenção relativamente ao diretor da prova, ao médico e a cinco instrutores", adiantou a PGR.
Em comunicado, a PGR realçou ainda que "estes militares são suspeitos da prática de crimes de abuso de autoridade por ofensa à integridade física (art.º 93.º do Código de Justiça Militar)".
Os militares detidos, que faziam todos parte do Regimento de Comandos, foram primeiro presentes ao Comando Operacional das Forças Terrestres (COFT), em Oeiras, onde foram depois detidos pela Polícia Judiciária Militar (PJM). A presença inicial no COFT, órgão responsável pelas operações no Exército, está associada ao sistema de dependência hierárquica nas Forcas Armadas.
A ação da PJM ocorrida esta quinta-feira de manhã decorreu no âmbito da morte de dois jovens instruendos ocorridas durante o 127.º curso de comandos. A ação da Polícia Judiciária Militar (PJM) é acompanhada pelo DIAP de Lisboa, que tutela o inquérito.
O inquérito crime tem já dois arguidos, dois sargentos enfermeiros do Regimento de Comandos.
O primeiro instruendo a morrer na sequência da instrução foi Hugo Abreu, no Campo de Tiro de Alcochete. O segundo militar a falecer foi Dylan Silva.
Na instrução ficaram feridos mais onze militares. O chefe de Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, sempre disse que o número e gravidade dos casos era anormal na instrução e mandou abrir dois inquéritos.
Um era para procedimento disciplinar levando à constituição de três arguidos, dois oficiais e um sargento, e um inquérito para averiguar as condições em que estavam a ser realizadas a instrução, se correspondiam ou não ao que estava preconizado.
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, tem manifestado um apoio total ao chefe do Exército, no sentido de virem a ser apuradas todas as responsabilidades.