O presidente do Sindicato dos Inspetores de Fiscalização, Investigação e Fronteiras (SIIF) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Renato Mendonça, insistiu, este sábado, que o problema das longas filas que se registaram, na segunda-feira, no aeroporto de Lisboa "não está no SEF", mas sim na falta de condições da infraestrutura para responder a um maior fluxo de passageiros.
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A reação surge depois de o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, ter, em entrevista ao jornal "Público", associado o caos que então se gerou ao facto de a equipa do SEF no Aeroporto Humberto Delgado (Lisboa) não ter comunicado à direção nacional do organismo que seria necessário acionar uma "equipa de contingência" para reforçar o controlo fronteiriço.
"Não se pode repetir uma falha desta natureza. Uma falha desta natureza tem de levar à substituição imediata de quem tem essa responsabilidade no aeroporto. Essa foi a orientação que foi transmitida à direção nacional do SEF - porque, quando se deteta que está a haver uma sobrecarga de chegadas, há uma equipa de contingência que é mobilizada por parte do diretor nacional do SEF", referiu José Luís Carneiro.
Questionado pelo JN se considera que tal constitui uma ameaça da parte do Governo, o líder do SIIF defendeu que não. Tal seria, ressalvou, "um 'passa-culpas para o elo mais fraco nesta ligação: o SEF". "Já toda a gente percebeu de onde é que vem o problema. E o problema não está, efetivamente, no SEF", sublinhou Renato Mendonça.
"Mesmo com esse reforço de pessoas no aeroporto, [...] as infraestruturas estão completamente saturadas", justificou, lembrando que muitos pontos de controlo de passageiros foram substituídos por áreas comerciais. "Se estas forem eliminadas e alargada a zona de fronteira, então, aí sim, há um alargamento da capacidade do processamento e de controlo de passageiros. Até lá, com o mesmo número de boxes que existem atualmente [16], as filas vão continuar a formar-se", concluiu o dirigente sindical.
Segundo o ministro da Administração Interna, o reforço de meios humanos no Aeroporto Humberto Delgado, incluindo com elementos da PSP, ficará todo "desenvolvido" até 4 de julho de 2022 e será acompanhado do reforço dos meios eletrónicos de controlo.