A ex-mulher de José Sócrates, Sofia Fava, visitou, esta terça-feira, o antigo primeiro-ministro no presídio de Évora, onde está em prisão preventiva, e afirmou tê-lo encontrado "muito bem" e com "uma postura muito filosófica".
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Sócrates está "muito confiante, está muito bem. Está com uma postura muito filosófica perante os factos todos", afirmou, à saída do estabelecimento prisional da cidade alentejana.
Sofia Fava, acompanhada pelo antigo ministro socialista da Agricultura Capoulas Santos, ex-eurodeputado e atual presidente da Federação de Évora do PS, falava à saída do estabelecimento prisional, esta tarde, depois de ambos visitarem José Sócrates.
"Vim visitá-lo, é o pai dos meus filhos, vocês também viriam visitar se fossem vocês", afirmou.
O ex-marido, disse Sofia Fava, pediu-lhe para levar à prisão, da "próxima vez" que o visitar, "uma lista de livros".
"São livros sobre filosofia, em francês, não me lembro bem do nome", acrescentou.
Questionada sobre se a família está confiante na inocência de José Sócrates, foi taxativa: "Obviamente".
"Claro que acredito" na sua inocência, retorquiu, aos jornalistas, respondendo também que "não é preciso" o ex-marido "dar mensagens" aos filhos porque estes "conhecem bem o pai".
Já o dirigente socialista Capoulas Santos frisou que Sócrates não fez "nenhum pedido especial" e que o encontrou "animicamente muito bem".
Por isso, "foi um encontro de amigos", limitou-se a acrescentar Capoulas Santos, afirmando esperar que "a permanência" de Sócrates em Évora dure "o menos tempo possível".
O ex-primeiro-ministro José Sócrates vai ficar detido no Estabelecimento Prisional de Évora, onde já passou a noite passada, depois do primeiro interrogatório judicial e de ter sido colocado em prisão preventiva, assegurou à Lusa fonte prisional.
De acordo com a mesma fonte, foi atribuído a José Sócrates o número de preso 44, naquele estabelecimento prisional.
O ex-primeiro-ministro é o primeiro ex-chefe de governo da história da democracia portuguesa a ficar em prisão preventiva, indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.
Os outros dois arguidos em prisão preventiva no âmbito do "processo Marquês", encontram-se presos preventivamente no Estabelecimento Prisional Anexo às Instalações da Policia Judiciária, na rua Gomes Freire, em Lisboa, confirmou a mesma fonte.