Sócrates faz “relato da sua vida desajustado da realidade”, dizem juízas
Magistradas do Tribunal da Relação de Lisboa mandaram José Sócrates ser julgado por 22 crimes, incluindo corrupção. Críticas atingem ainda Ivo Rosa, autor da decisão alterada.
Corpo do artigo
O coletivo de juízas do Tribunal da Relação de Lisboa que reverteu parcialmente a decisão instrutória de Ivo Rosa na Operação Marquês e mandou José Sócrates para julgamento por 22 crimes, incluindo três de corrupção, considera, no acórdão proferido na quinta-feira, que o antigo primeiro-ministro (2005-2011) fez, no processo, “um relato da sua vida desajustado da realidade”.
“O arguido tem uma postura em tribunal coincidente com a de alguém que conforma a sua vida segundo a sua própria vontade e visão”, sublinham Raquel Lima (relatora), Micaela Pires Rodrigues e Madalena Caldeira, acusando José Sócrates de fazer “afirmações sem o mínimo de credibilidade, razoabilidade” e de “um modo tal que parece colocar em causa a inteligência de quem o inquire”.