A quinta sessão do julgamento dos três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) acusados de terem matado um cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa, agendada para esta quarta-feira, foi adiada, depois de a procuradora do Ministério Público (MP) presente nas audiências ter apresentado, esta manhã, sintomas compatíveis com covid-19. A magistrada ainda não terá sido testada.
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Para esta quarta-feira estava previsto o depoimento de cinco testemunhas da acusação. A próxima sessão, agendada para dia 24, mantém-se, para já, marcada, anunciou o presidente do coletivo de juízes, Rui Coelho.
O julgamento começou a 2 de fevereiro, em Lisboa, e, nas quatro primeiras sessões, prestaram declarações os três arguidos e cerca de 20 testemunhas arroladas pelo MP.
Luís Silva, de 44 anos, Bruno Sousa, de 42, e Duarte Laja, de 48, estão acusados de um crime, em coautoria, de homicídio qualificado, cuja pena pode chegar a 25 anos de prisão. Silva e Laja respondem ainda por detenção de arma proibida.
O MP acredita que os três inspetores do SEF agrediram Ihor Homeniuk, a 12 de março de 2020, com socos, pontapés e bastonadas, deixando-o em seguida manietado de barriga para baixo, a asfixiar lentamente até à morte, numa sala do Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária do aeroporto de Lisboa. O cidadão ucraniano, de 40 anos, fora impedido dois dias antes de entrar em Portugal, após aterrar em Lisboa.
Na primeira sessão do julgamento, os arguidos negaram todas as acusações.