O homem suspeito de ter assassinado, em 2019, um padeiro em Vale de Cambra, optou por não prestar qualquer esclarecimento durante o julgamento que se iniciou esta terça-feira no Tribunal da Feira.
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A defesa alega que algumas das provas recolhidas não foram aferidas pelas entidades competentes. O arguido, de 23 anos, a ser julgado pelo coletivo do tribunal da Feira, responde pelos crimes de homicídio qualificado e roubo.
Recusou prestar qualquer esclarecimento sobre os factos de que é acusado, tendo o julgamento prosseguido com a audiência dos inspetores da Polícia Judiciária (PJ) que estiveram envolvidos na investigação.
Os inspetores contaram ao coletivo de juízes que encontraram a vítima com a cara desfigurada, não havendo sinais de luta. Explicaram, ainda, que o arguido ficou com o carro da vítima após o homicídio, facto que os levou até ao alegado homicida.
Em casa dele encontraram o telemóvel que tinha sido furtado ao padeiro e roupas com vestígios de sangue da vítima.
Contudo, a defesa do arguido apresentou requerimento considerando que este processo tinha prova proibida. Isto quer dizer que colocou em causa parte dos elementos recolhidos pelas polícias, considerando que não foram feitas perícias nos organismos competentes.
No caso dos vestígios do sangue, alega a defesa do arguido que os mesmos não foram remetidos para o Instituto Ricardo Jorge, como alegadamente deveria ter acontecido.
O coletivo de juízes remeteu a decisão sobre esse requerimento e a validação ou não das provas para o momento da elaboração do acórdão.
Segundo a acusação, o arguido assassinou Vítor Daniel, de 24 anos, no dia 17 de setembro, num estaleiro de obras públicas, em Rôge, Vale de Cambra.
A vítima terá combinado com o agressor ir furtar gasóleo de máquinas agrícolas. Mas o amigo teria como intenção roubar os 275 euros que Vítor Daniel trazia num bolso.
Aproveitando o facto de o padeiro se encontrar de costas a retirar gasóleo de uma máquina, o agressor atingiu-o com um paralelo. Vítor Daniel reagiu e o arguido atacou-o com um barrote, em pancadas sucessivas.
Retirou-lhe depois os 275 euros e um telemóvel, ficando-lhe ainda com o carro.