O principal suspeito do homicídio de Josué “Boxista” Maia, à porta de um bar, no Porto, entregou-se na tarde desta terça-feira nas instalações da PJ do Porto, onde se deslocou com a sua advogada.
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Daniel Maia Cabreia “Cenoura” estava a ser procurado desde a madrugada de 4 de maio. Foi apontado por várias testemunhas como o autor dos disparos fatais que mataram um homem de 24 anos, à porta do bar “Shisha 13”, na rua Escura.
Carlos “Cenoura”, natural do Bairro do Cerco, no Porto, ficou detido nas instalações da PJ do Porto e será, esta quarta-feira, levado ao tribunal para aplicação de medidas de coação.
Tudo terá começado por volta das 5 horas da madrugada de dia 4 de maio, numa festa privada num bar. Por motivos ainda por apurar, Josué envolveu-se fisicamente com outro cliente, morador no Bairro do Cerco. Ao que tudo indica, já haveria desentendimentos entre as duas famílias.
De acordo com relatos feitos ao JN, Josué, vendedor ambulante que era praticante de boxe, “arrumou” o rival a soco. O agredido saiu do bar com familiares, vários dos quais já com cadastro por crimes violentos, e um deles foi buscar uma arma de fogo.
A confusão entre os grupos deslocou-se para a rua, com meia centenas de pessoas envolvidas. Josué foi atingido com vários tiros. Dois familiares pegaram nele e colocaram-no numa carrinha, para o levar ao hospital. Porém, foram alvo de mais disparos que atingiram o veículo. Na confusão, o condutor embateu contra um muro, imobilizando a carrinha.
Entretanto, o atirador, apontado como Daniel “Cenoura”, um sobrinho do homem agredido por Josué, já tinha desaparecido. Com o baleado ensanguentado e inanimado, alguns dos presentes tentaram realizar manobras para o salvar. Sem sucesso. Acabou por chegar ao local uma equipa do INEM, que levou Josué para o Hospital de Santo António, onde foi declarado o óbito.
Josué Francês Maia, estava a ser julgado no Tribunal de Penafiel por tentativa de homicídio e posse de arma proibida. Em pleno confinamento por causa da pandemia da covid-19, na noite de 7 para 8 de agosto de 2020, Josué foi sozinho e armado ao bar “Praxe”, em Gandra, Paredes, onde estava uma centena de pessoas.
Gerou-se uma discussão entre Josué e um cliente, que o tinha agredido com um soco. Josué estava acusado de sacar uma pistola e de ter disparado quatro tiros, três deles atingiram o cliente, porém sem lhe causar risco para a sua vida. Por sua vez, este também terá empunhado uma arma que não chegou a utilizar. No meio da confusão, um terceiro cliente, que também estava na posse de uma pistola, efetuou disparos contra uma porta da casa de banho. Josué não chegou a ser detido no âmbito deste processo, mas estava com apresentações semanais e proibido de contactar a vítima, como medida de coação.