Suspeito de terrorismo partilhava ideias do Estado Islâmico a partir de Sesimbra
Há vários anos que consumia e partilhava, nas redes sociais, propaganda de organizações terroristas islâmicas como o Daesh ou Al-Qaeda. Em Portugal, de onde é natural, limitava-se a atuar nas redes sociais, mas, em Espanha, tentou matar uma pessoa gritando “Allahu Akbar” - "Deus é grande" em árabe.
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O homem, de 32 anos, foi agora detido pela Polícia Judiciária, na Quinta do Conde, em Sesimbra, para ser extraditado e responder, em Huelva, por tentativa de homicídio e divulgação de conteúdos terroristas.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o português, sem residência fixa, foi viver para Huelva, onde, desde 2021, “tem consumido continuamente propaganda oficial de organizações terroristas como o Daesh e a Al-Qaeda”, explicou, esta sexta-feira, a Polícia espanhola. Também ao longo dos últimos anos, propagou a ideologia jiadista nas redes sociais como Facebook, X e Instagram. A investigação espanhola também apurou que o português chegou a manifestar a sua intenção em deslocar-se para zonas de conflitos e juntar-se as organizações terroristas que procuram executar “a guerra santa islâmica”.
Ainda segundo apurámos, em outubro do ano passado, em Huelva, o homem muniu-se de uma chave de fendas e, na via pública, tentou matar indiscriminadamente uma pessoa que se cruzava com ele. Além de a ameaçar de morte, simulou com o dedo que a iria degolar, gritando “Deus é grande” em árabe. Só não a atingiu porque a vítima fugiu.
Depois deste episódio, o radical islâmico refugiou-se na sua zona de conforto, na Quinta do Conde, em Sesimbra. Só não imaginava que a Unidade Nacional de Contra Terrorismo (UNCT) da PJ já o monitorizava por ser um dos portugueses sinalizados como potencial ameaça terrorista.
A partir de Sesimbra, onde vivia na condição de mendigo, continuou a consumir e partilhar conteúdos do Daesh e da Al-Qaeda. Porém, nunca terá demonstrado estar a realizar atos preparatórios de qualquer atentado ou atos violentos, pelo que as autoridades limitaram-se a manter uma discreta monitorização, em estreita colaboração com Espanha.
Recentemente, depois de ter consolidado prova da radicalização do homem, as autoridades espanholas emitiram o mandado de detenção europeu, que levou a UNCT a prender o suspeito, que ficou detido à espera de uma decisão sobre a extradição.