O empresário Fernando Valente, acusado do alegado homicídio da grávida desaparecida da Murtosa há mais de um ano, foi apanhado pela Polícia Judiciária com dezenas de fotografias de uma menina, com cerca de dez anos, completamente nua. É suspeito de abuso sexual de menores.
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As referidas fotografias, encontradas no telemóvel de Fernando Valente, de 37 anos, eram todas da mesma criança, que já foi identificada pela Polícia Judiciária. Pela posse de tais imagens, o Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Aveiro extraiu esta semana uma certidão para Fernando Valente ser investigado, noutro processo, pelo crime de abuso sexual de menores.
As fotografias tiradas, nomeadamente, numa casa de banho, foram encontradas no telemóvel de Fernando Valente, aquando de uma busca domiciliária, realizada pela Polícia Judiciária de Aveiro, ao apartamento onde o mesmo se encontra em prisão domiciliária, no primeiro andar de um edifício de Pedroso, em Vila Nova de Gaia.
Fernando Manuel Tavares Valente, divorciado e natural do concelho da Murtosa, no distrito de Aveiro, foi esta semana acusado dos crimes de homicídio qualificado, aborto agravado, profanação de cadáver, acesso ilegítimo a dados pessoais e posse de moeda falsa.
Na origem da sua detenção está o desaparecimento de Mónica Silva, de 33 anos, grávida com sete meses de gestação. Esta nunca mais foi vista desde que, na noite de 3 de outubro de 2023, saiu de casa, na Murtosa.
O Ministério Público refere na sua acusação, à qual o JN teve acesso, que Mónica Silva se terá encontrado nessa mesma noite com Fernando Valente, com quem se relacionaria, mas acabando vítima de uma cilada, dentro de um apartamento, na Torreira.
Mais duas certidões
Além da investigação relacionada com a s referidas fotografias, o DIAP do Ministério Público de Aveiro extraiu mais duas certidões, visando novas investigações sobre Fernando Valente.
Uma delas visa suspeitas de crimes de branqueamento de capitais e fraude fiscal. Nas suas primeiras buscas domiciliárias, ainda na sua casa de família, na Murtosa, foram apreendidos 89 mil euros que Fernando Valente tinha escondidos no colchão.
A outra certidão tem a ver com a posse de uma pistola de alarme.