Os três homens e uma mulher, suspeitos de terem sequestrado, roubado e espancado um homem em Santa Maria da Feira, optaram pelo silêncio na primeira sessão de julgamento que se iniciou na manhã desta sexta-feira, no Tribunal da Feira.
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Entre os arguidos encontra-se um casal com o qual o ofendido vivia. Homem e mulher estão acusados dos crimes de sequestro, ofensa à integridade física e roubo. O homem está também indiciado por um crime de ameaça agravada.
Um outro indivíduo está acusado dos crimes de sequestro, ofensa à integridade física e roubo e o quarto elemento responde por crimes de ofensa à integridade física e roubo.
Perante o coletivo de juízes, todos os arguidos optaram, para já, por não prestar declarações.
O caso remonta a julho de 2021 e está relacionado com um alegado negócio de droga que não correu como esperado, com a alegada vítima a ser agredida depois de se ter apropriado do dinheiro do grupo que agora responde em tribunal e que teria como destino a compra de droga.
A vítima foi ouvida nesta primeira sessão, referindo que, aquando da ocorrência dos factos, se encontrava sob “efeito de drogas e álcool” e que se apropriou de 230 euros que não lhe pertenciam.
Contudo, negou que o casal lhe tivesse pedido para ir ao Porto comprar droga, como consta da acusação.
Referiu também que um dia depois dos factos, quando já se encontrava a dormir em casa de um outro arguido, foi acordado com dois pontapés na cabeça, dados pela arguida. Contou que foi depois forçado a entrar num carro e levado até à freguesia de Macieira de Sarnes, Oliveira de Azeméis.
Chegados ao local de destino, a vítima explicou ao coletivo de juízes que um dos arguidos o mandou sair da viatura e para tirar a roupa que trazia vestida: “Disse-me para começar a andar e desaparecer”.
Disse, ainda, que o quarto arguido apareceu “no último minuto”, garantindo que o mesmo “não soube o que se tinha passado” anteriormente.
Os inspetores da Polícia Judiciária, ligados à investigação do caso, afirmaram que esta agressão ocorreu em consequência de uma “banhada de droga”, não deixando de considerar que o ofendido não estava “totalmente inocente” neste acontecimento.
De acordo com a acusação do Ministério Público, um dos arguidos mandou a vítima à cidade do Porto para adquirir droga. Só que este regressou sem o respetivo produto estupefaciente e sem dinheiro.
Mais tarde, o grupo acabaria por abordar o homem, obrigando-o a entrar num carro. Foi depois levado para Oliveira de Azeméis onde supostamente foi agredido ao longo de duas horas e deixado abandonado, sem roupa e sem o seu telemóvel.
A vítima acabaria por conseguir pedir socorro, tendo sido levada para o Hospital S. Sebastião, na Feira, onde foi assistido.