Foi suspenso, esta quinta-feira, o o julgamento dos dois cirurgiões do Hospital de São João acusados de, em 2016, terem retirado as duas mamas a uma paciente sem o seu consentimento. Os clínicos apresentaram uma proposta de acordo, que terá de ser concretizado nos próximos dois meses.
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O advogado da queixosa explicou que, "como se trata de um crime que admite desistência de queixa, foi-nos proposto tentar chegar a um entendimento". "Vamos tentar encontrar uma solução e suspendeu-se o processo por dois meses para ver se ele é possível um entendimento", disse Rui da Silva Leal.
Os médicos estão acusados de terem cortado a Suzana Tomé a mama esquerda, saudável, sem consentimento desta durante uma mastectomia à mama direita, na qual a queixosa tinha tido cancro.
Susana Tomé referiu que "os arguidos vieram-me propor um acordo. Eu vou-lhes dar, ainda, dois meses para eles cumprirem esse acordo, mas não vou desistir da minha luta", disse à saída do Tribunal do Bolhão.
"Ao admitirem e ao proporem-me este acordo, significa o quê? Que de alguma forma aquilo que eu venho a lutar, que eu venho a pedir faz algum sentido. Do meu ponto de vista é uma assunção de culpa", afirmou
Rui Leal da Silva não adiantou, no entanto, os detalhes do acordo. "Se disser vou prejudicar o acordo. E, portanto, quanto a isso não posso dizer rigorosamente nada".
"O que interessa é que as pessoas vejam os seus direitos e as suas dignidades profissionais devidamente protegidas, acauteladas, e do lado da senhora ofendida, que veja também os seus direitos devidamente garantidos, porque são situações muito complicadas", concluiu.