O tenente Afonso Viana, comandante em suplência da Companhia de Intervenção, Proteção e Socorro da GNR, que hoje foi chamado à sede da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS), devido ao policiamento do Vizela - Vitória S. C., irá manter-se em funções, não se confirmando a sua exoneração, sabe o JN.
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Várias dezenas de militares e agentes, à civil ou fardados, concentraram-se esta segunda-feira junto à entrada da Unidade de Ação Fiscal da GNR, em Coimbra, em solidariedade com o tenente Viana que chegou escoltado à Quinta das Lages.
Este teve de se apresentar de urgência ao comandante nacional da UEPS, brigadeiro-general José Rodrigues, para esclarecer o que ocorreu no sábado, uma vez que cerca de 40 militares da sua companhia haviam colocado baixa. Tal situação impediu o policiamento do jogo Vizela - Vitória S. C., que, ainda assim, acabou por se realizar com recurso a militares de outros postos.
Além da falta de efetivo, Afonso Viana terá alegado que os militares não tinham condições materiais, como capacetes, viseiras e escudos, nem formação para eventos daquela natureza, ou seja, de manutenção da ordem pública.
O militar acabou por não ser exonerado, tal como perspetivam os colegas, tendo os factos, segundo a GNR, sido averiguados e a situação resolvida.
Os militares da GNR que nos últimos dias apresentaram baixa médica foram esta segunda-feira chamados para serem vistos nos centros clínicos da corporação de Lisboa e Porto, disse o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda. César Nogueira afirmou que os militares em causa foram notificados no domingo por telefone para se apresentarem nos centros clínicos da Guarda Nacional Republicana.
Também a porta-voz da GNR, Mafalda de Almeida, não soube precisar quantos militares estão de baixa, mas sustentou que existe um número superior ao normal de baixas médicas entre os militares.
No sábado, e segundo a direção nacional PSP, "um número não habitual de polícias informaram que se encontravam doentes, comunicando baixa médica", o que levou ao adiamento do jogo de futebol Famalicão-Sporting, depois de os responsáveis terem concluído que não existiam condições de segurança.
Também cerca de 40 polícias que estava destacados para o policiamento do jogo de futebol F. C. Porto- Rio Ave apresentaram baixa, mas a partida acabou por se realizar.
Na sequência do que se passou no sábado, o ministro da Administração Interna determinou a abertura de um inquérito urgente por parte da Inspeção Geral da Administração Interna.
Os elementos PSP e da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, mas não só, estando há quatro semanas em protestos na sequência da iniciativa de um agente da PSP em frente à Assembleia da República, em Lisboa, que depois se alargou a todo o país.