Uma mulher, de 26 anos, escapou com vida depois de o ex-companheiro, de 30 anos, a ter atirado duas vezes de um paredão com quatro metros de altura, em Vila Praia de Âncora, e mergulhado a cabeça na água do rio até ela perder os sentidos. Julgando-a morta, foi-se embora, mas a vítima recuperou e foi alertar as autoridades, que o prenderam. Já havia queixas anteriores por violência doméstica. Ficou em prisão preventiva.
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O caso aconteceu no sábado passado, de madrugada. Após uma discussão, o ex-companheiro, que a perseguia por não aceitar o fim da relação, atacou-a com murros e pontapés, principalmente na face. Por duas vezes atirou-a de uma altura de quatro metros de cima do paredão para a praia. A mulher ainda tentou escapar, mas, diminuída fisicamente pelas quedas e manietada pelo agressor, não conseguiu.
A Polícia Judiciária (PJ) acredita, no entanto, que o homem tinha intenção de a assassinar. "Depois, arrastou-a até ao rio Âncora e, apertando-lhe o pescoço com violência, mergulhou a cabeça desta na água, no intuito de a matar por afogamento", descreve a PJ de Braga em comunicado. A mulher acabou por desfalecer e o homem, pensando que tinha conseguido matá-la, abandonou o local.
A vítima, entretanto, recuperou os sentidos e foi em busca de socorro, sendo posteriormente transportada pelos Bombeiros para o Hospital de Viana do Castelo, onde recebeu tratamento, tendo sido submetida a perícias médico-legais.
O caso foi comunicado à PJ e seguiram-se várias diligências nas quais foram recolhidas provas que incriminam o ex-companheiro. Além disso, a violência do suspeito sobre a mulher já durava há algum tempo, existindo inclusivamente várias queixas da vítima contra ele por violência doméstica que deram origem a inquéritos crime.
Por isso, no mesmo dia, os inspetores de Braga, com a colaboração da GNR local, identificaram, localizaram e detiveram fora de flagrante delito o arguido, com mandados de detenção emitidos pelo Ministério Público. O arguido está indiciado dos crimes de homicídio qualificado tentado, ofensa à integridade física qualificada, sequestro e violência doméstica.
Dois detidos pela GNR e PSP na Maia e em Gaia
Na Maia, a GNR deteve um homem, de 40 anos, por violência doméstica. Este agrediu a esposa, de 47 anos, num estabelecimento comercial, perante testemunhas que denunciaram o caso. Nas diligências realizadas, apurou-se que a mulher sofreu maus-tratos ao longo dos 20 anos de casamento. O agressor ficou obrigado a sair de casa e impedido de se aproximar da vítima. Detido foi também, anteontem, um agricultor, de 31 anos e residente no Porto. Este foi intercetado, em Vila Nova de Gaia, pela PSP na sequência de agressões à companheira.
Mortes a crescer
Já nos primeiros seis meses deste ano, 16 mulheres foram assassinadas em contexto de violência doméstica. E 21 foram alvo de uma tentativa de homicídio no âmbito de relações de intimidade.
Metade das pulseiras
Mais de 57% das pessoas obrigadas a usar pulseira eletrónica estão indiciadas, acusadas ou condenadas por violência doméstica. No início deste ano, eram mais de 1400 os arguidos com esta medida de coação.