Operário da construção tinha sido detido no início do ano, mas a companheira perdoou-lhes as agressões.
Corpo do artigo
Foi detido em janeiro, após uma queixa por violência doméstica apresentada pela companheira, e o tribunal proibiu-o de contactá-la. Mas a mulher perdoou-lhe e voltou a aceita-lo em casa, em Macieira, Lousada, onde há cerca de 15 dias o operário da construção civil a tentou matar por estrangulamento, apesar de a vítima estar grávida de 13 semanas. O homem foi agora detido pela Polícia Judiciária do Porto e, desde ontem, está em prisão preventiva por ordem do Tribunal de Penafiel.
Segundo informações recolhidas pelo JN, a mulher, de 26 anos, era muitas vezes vítima dos ciúmes do companheiro. As discussões eram frequentes e, no início do ano, apresentou uma queixa na GNR, que o deteve pelo crime de violência doméstica.
Levado a tribunal, foi-lhe aplicada a medida de coação de proibição de contacto com vigilância eletrónica. O juiz também quis que a mulher beneficiasse de teleassistência capaz de detetar uma eventual aproximação do arguido. Porém, ela recusou e acabaria por não colaborar com a investigação.
Apesar das medidas impostas pelo tribunal, o homem voltou para casa e a mulher perdoou-lhe as agressões. Voltaram a ter uma vida de casal, com a vítima a engravidar, há cerca de 13 semanas.
E o ciclo da violência doméstica acabaria por se confirmar quando, na manhã do passado dia 5 de agosto, se gerou uma nova discussão entre o casal, motivada pelos ciúmes do operário da construção.
A meio da disputa, o homem apertou o pescoço da companheira e só não conseguiu matá-la porque uns vizinhos, familiares do agressor, travaram a tentativa de homicídio. Após o crime, o suspeito saiu de casa e mudou as rotinas, deixando de ser visto na freguesia e nos locais que habitualmente frequentava. A vítima ficou com ferimentos, que não mereceram cuidados maiores.
O homem até estava a planear mudar-se para França, mas os inspetores da PJ do Porto a quem fora confiada a investigação conseguiram localizá-lo e prendê-lo, quando voltou para a freguesia de Macieira.
Pormenores
PJ incansável
Durante cerca de 15 dias, os inspetores da brigada de homicídios da PJ do Porto não pararam de procurar o homem que terá tentado matar a mulher grávida. Mal aquele cometeu a imprudência de voltar para a freguesia, foi detido.
Recusou-se a falar
A mulher, vítima de violência doméstica, recusou-se a prestar declarações às autoridades após a primeira detenção do companheiro, no início do ano.