O operário fabril, de 49 anos, detido esta terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ), no aeroporto de Lisboa, por suspeita do crime de homicídio na forma tentada da ex-mulher e do companheiro, na zona de Atouguia da Baleia, em Peniche, ficou proibido de se aproximar e de contactar as vítimas.
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Ouvido esta quarta-feira em primeiro interrogatório no Tribunal de Leiria, o indivíduo saiu em liberdade, após supostamente ter tentado matar, por duas vezes, o companheiro da ex-mulher, nos dias 24 de março e 2 de abril.
“A primeira tentativa de homicídio ocorreu através de esfaqueamento, que atingiu aos mãos e o peito de um homem, e a segunda através de tentativa de atropelamento do mesmo homem e da sua mulher, ex-companheira do autor das agressões”, adianta a PJ em comunicado.
Não aceitou ser trocado
O diretor do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Leiria , Avelino Lima, disse ao JN que o operário foi trabalhar, em data posterior aos crimes, para um país do Centro da Europa. Foi detido quando regressava a Portugal, por receio de que reincidisse no mesmo crime. Não ofereceu resistência.
“Temíamos que, regressando a Portugal, voltasse a tentar, e isso estava a preocupar-nos imenso”, explicou Avelino Lima. “Há pessoas com dificuldade em aceitar serem trocadas”, afirmou, para justificar o facto de, na primeira agressão, ter atingido o ex-colega de trabalho com uma faca na zona do peito.
Pela experiência que tem neste tipo de casos, o diretor do Departamento de Investigação Criminal de Leiria acredita que a tentativa de atingir um órgão vital (coração) revela a “intenção de matar”, e as facadas nas mãos, a forma de o evitar por parte da vítima.
Apesar das lesões infligidas não terem sido graves, o companheiro da ex-mulher esteve internado no hospital, para ser tratado. No dia 2 de abril, o operário fabril terá tentado atropelar o casal, mas não foi bem-sucedido porque este apercebeu-se a tempo e conseguiu escapar.
A investigação da PJ teve como preocupação “confirmar e produzir a prova, e impedir os ímpetos” do alegado agressor, que tem antecedentes criminais por tráfico de droga, embora, segundo Avelino Lima, seja um “processo antigo”.