Uma testemunha que participou nas limpezas do apartamento da Torreira onde a grávida da Murtosa terá sido assassinada confirmou, no Tribunal de Aveiro, ter ajudado o pai do acusado, Fernando Valente, a higienizar todas as divisões, no dia seguinte ao desaparecimento de Mónica Silva.
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Chamado à barra do tribunal, Octávio Oliveira pediu para depor na ausência do arguido e, após a saída de Valente, ficou mais à vontade. Mas, ao contrário daquilo que tinha declarado durante a investigação, referiu, na última sessão de julgamento, que, afinal, a limpeza tinha sido ligeira. À PJ e ao Ministério Público tinha declarado ter sido uma limpeza profunda, no interior e no exterior do apartamento da Torreira.
A testemunha confirmou que em 4 de outubro de 2023, Manuel Valente, pai do arguido, levou-o para o apartamento na Torreira, onde participou limpeza de todas as divisões. Octávio Oliveira não confirmou se Manuel usou ou não líquidos com cheiros fortes, de químicos ou ácidos, explicando que desde criança não tem olfato, pelo que não consegue distinguir os detergentes ligeiros dos corrosivos.
Segundo o trabalhador, voltou ao apartamento, um ou dois dias depois, para acabar a limpeza, recordando-se nunca ter visto nem Fernando, nem a sua mãe, Rosa Cruz. À PJ, Octávio tinha dito que Rosa Cruz o aconselhou a nada dizer sobre as limpezas, se a GNR ou PJ o questionassem. Em julgamento, não confirmou estas declarações.