Dono de fábrica de cerveja artesanal na Maia foi apanhado com um quilo de cocaína. Tribunal não deu como provado branqueamento.
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Um empresário brasileiro, dono de uma fábrica de cerveja artesanal da Maia, que movimentou milhões de euros através de transferências e depósitos de dinheiro vivo em 47 contas bancárias em Portugal, foi investigado e acusado pelo Ministério Público (MP) do crime de branqueamento internacional de capital. Mas o homem e três cúmplices que a Polícia Judiciária apanhou com perto de quilo e meio de cocaína, em setembro de 2021, acabaram condenados a penas efetivas de prisão unicamente por tráfico de droga. Apesar de ter identificadas todas as transações suspeitas de lavagem de dinheiro, o Tribunal de Matosinhos entendeu que não podia condenar o empresário por branqueamento. Milhões de euros que estavam congelados serão devolvidos ao arguido.
Cláudio Júnior, 43 anos, estava acusado de pertencer a uma rede internacional de narcotráfico e de lavar os lucros do crime. Mas, em tribunal, não foi demonstrado que as transferências suspeitas, algumas delas envolvendo conceituadas empresas de têxtil e da construção do Norte do País, fossem provenientes do tráfico. É que a circulação dos milhões aconteceu antes de o empresário ter sido apanhado com a cocaína e não havia uma ligação inequívoca ao tráfico.