
Inspetores PJ detiveram suspeito com base em mandado internacional emitido pelo Reino de Marrocos
Foto: André Luís Alves / Arquivo
Até 2022, um marroquino tinha como principal função angariar imigrantes para uma rede local de tráfico de pessoas. Também cobrava avultadas quantias de dinheiro para levar as vítimas até aos camiões em que estas viajavam, escondidas, até à Europa. Depois de acusado do crime de auxílio à imigração ilegal fugiu para Portugal e, nos últimos cinco anos, foi barbeiro em Lisboa. Até que, na última quinta-feira, foi detido.
As autoridades marroquinas acusam o suspeito, de 45 anos, de integrar uma organização criminosa dedicada à imigração ilegal. O seu papel seria o de angariar compatriotas interessados em mudar-se para a Europa, mas que não cumpriam os requisitos legais exigidos pelos países de destino.
Outra das suas funções era acompanhar os "clientes" até aos camiões que os levaria, escondidos entre a mercadoria e sem os documentos necessários, à Europa, especialmente ao sul de Espanha, e, por todo este trabalho, terá arrecadado cerca de 50 mil euros, ao longo do tempo.
Em maio de 2022, a organização criminosa para a qual o marroquino trabalhava foi desmantelada e este acusado do crime de auxílio à imigração ilegal. Porém, antes de ser detido e enfrentar um julgamento que poderia condená-lo a 20 anos de prisão, fugiu para Portugal, onde entrou com um visto turístico.
Obteve autorização de residência
Instalou-se em Odivelas e montou uma barbearia em Lisboa. Era neste estabelecimento que passava a maior parte das horas e nunca levantou qualquer suspeita aos vizinhos e às autoridades. Aliás, obteve autorização de residência e permanecia no país em condições legais.
O problema só surgiu quando, recentemente, as autoridades marroquinas emitiram um mandado de detenção criminal com o seu nome. A Polícia Judiciária, através da Unidade de Informação Criminal, rapidamente o localizou e, na quinta-feira, avançou para a sua detenção.
A interceção ocorreu na rua e, após ter sido levado ao Tribunal da Relação de Lisboa, o marroquino foi posto em prisão preventiva.

