Traficantes do Norte e da Galiza recrutados para fazer entrar cocaína na Europa
Avalanche de cocaína forçou traficantes luso-galaicos a especializarem-se na recolha e transporte de droga no mar
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A relação entre traficantes galegos e do Norte de Portugal é histórica, mas intensificou-se nos últimos meses com a avalanche de cocaína que atingiu a Europa e ameaça os pilares dos dois estados. De um e de outro lado da fronteira, os grupos criminosos, associados ou a solo, aproveitaram a extensa costa ibérica e os portos de Leixões, sobretudo, e de Vigo para se especializaram na recolha e transporte de fardos de droga e venderem os seus serviços a cartéis de diferentes latitudes que, porém, partilham os métodos violentos. Polícias e especialistas no narcotráfico exigem respostas urgentes e duras para combater um crime que atraiu à Península Ibérica máfias do Leste, italianas e marroquinas, cartéis colombianos e mexicanos e organizações brasileiras.
Ao JN, o diretor da Fundação Galega contra o Narcotráfico, Fernando Alonso, revela que as mais de 20 toneladas de cocaína apreendidas, no ano passado, na Galiza ou com destino àquela região espanhola, significam um “recorde”. “O tráfico de cocaína aumentou muito no Norte de Portugal e na Galiza, porque a produção desta droga cresceu exponencialmente”, refere.