
Em 2023, foram identificadas 530 potenciais vítimas em 210 casos
Foto: Arquivo
Dados revelados no VII Seminário "Tráfico de seres humanos: perspetivas e caminhos" notam que, no ano passado, as cinco equipas multidisciplinares do país, geridas pela Associação para o Planeamento da Família (APF), foram chamadas a 185 casos de tráfico de seres humanos, nas quais foram identificadas 245 pessoas.
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Porém, a investigação confirmou que só 91 delas eram efetivamente vítimas deste crime. As restantes foram sujeitas a outro tipo de ilícito.
Ao JN, a coordenadora nacional da APF, Marta Pereira, constata que, em 2023, foram identificadas 530 potenciais vítimas em 210 casos. Números superiores aos de 2024, que, contudo, não podem ser vistos como uma tendência. “No ano passado, tivemos menos casos do que em 2023, mas isto não significa uma diminuição do crime. Os números estão muito condicionados pela realização de grandes operações policiais”, defende.
Portugueses dominam
Entre as vítimas sinalizadas, em 2024, pelas equipas multidisciplinares, 11% eram portuguesas, seguindo-se as indianas, nepalesas e brasileiras. Quase metade das vítimas (47%) eram sujeitas a exploração laboral e 29 pessoas foram alvo de exploração sexual.
Os especialistas nesta matéria encontraram, igualmente, vítimas de adoção ilegal, mendicidade forçada, casamento forçado, escravidão e servidão doméstica.

