Tráfico, extorsões e violência regressaram em força à cadeia de Paços de Ferreira
Guarda apanhado a introduzir telemóveis na prisão. Grupos lutam pelos melhores negócios. Sinalizados depósitos suspeitos em contas de presos.
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A cadeia de alta segurança de Paços de Ferreira está em polvorosa. Desde o início do ano, sucedem-se confrontos entre grupos rivais pelo controlo do tráfico, aumentam as extorsões entre presos, um guarda foi apanhado a introduzir telemóveis no estabelecimento prisional e têm sido sinalizados recorrentes depósitos em contas dos presos que, suspeita-se, sirvam para pagar atividades ilegais. É o regresso a um tempo anterior à Operação Entre-Grades que, no final de 2019, culminou com a detenção de cinco guardas prisionais.
“Está a verificar-se tudo o que acontecia no passado e que levou à detenção de presos e guardas. A conjuntura atual na cadeia de Paços de Ferreira é exatamente igual e é preciso agir rapidamente”, alerta fonte do sistema prisional. Ao JN, e sob anonimato, a mesma fonte garante que situações graves têm sido comunicadas à direção da prisão e entre os problemas denunciados estão depósitos suspeitos em contas de presidiários. “Há casos em que a mesma pessoa, familiar de um dos reclusos, deposita dinheiro na conta de outros presos com os quais não tem relação. Suspeita-se que estes depósitos sejam para pagar atividades ilegais relacionadas com o tráfico na cadeia”, revela.