Um operação policial mundial terá frustrado os planos de centenas de cibercriminosos e impedido o lançamento de ataques de distribuição de negação de serviço (DDoS) para colocar "sites offline". Foram retiradas do ar 27 plataformas, detidos quatro administradores e identificados mais de 300 utilizadores.
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Há muito que os cibercriminosos e "hackivistas" aproveitam a época natalícia para lançarem alguns dos mais perturbadores ataques DDoS. Através de plataformas conhecidas como sites “booter” e “stresser”, inundam os alvos com tráfego ilegal, tornando inacessíveis sites e outros serviços baseados na Internet.
Estes ataques causam graves prejuízos financeiros, danos à reputação e caos operacional às vítimas, especialmente numa época tão importante como esta. As motivações para lançar tais ataques variam, desde a sabotagem económica e o ganho financeiro até razões ideológicas, como demonstrado por coletivos "hackivistas" como o Killnet ou o Anonymous Sudan.
Este ano, a Polícia Judiciária e a PSP, juntamente com autoridades policiais de mais 14 países, lançaram uma operação global multifacetada, coordenada pela Europol, que conseguiu dar um duro golpe nos planos de centenas de cibercriminosos. A Operação PowerOFF apreendeu e retirou 27 das plataformas mais populares usadas para estes ataques, incluindo zdstresser.net, orbitalstress.net, e starkstresser.net. Foram detidos quatro administradores em França, Alemanha e Polónia e identificados mais de 300 utilizadores que já tinham atividades operacionais planeadas.
Europol com papel fundamental na coordenação
Um comunicado da PSP e da PJ salienta que a Europol desempenhou um papel fundamental na coordenação do esforço internacional dos países participantes. O Centro Europeu da Cibercriminalidade (EC3) da Europol facilitou reuniões operacionais e organizou sessões técnicas intensivas de uma semana para desenvolver pistas de investigação em preparação para a fase final da operação.
Participaram autoridades policiais de Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Finlândia, França, Japão, Letónia, Países Baixos, Polónia, Portugal, Suécia, Roménia, Reino Unido e Estados Unidos da América.
Além disso, a Europol prestou apoio analítico, conhecimentos especializados em rastreio de criptomoedas e assistência forense à investigação, facilitando simultaneamente o intercâmbio de informações através do Grupo de Ação Conjunta contra a Cibercriminalidade (J-CAT), que funciona a partir da sua sede.
Em resposta a esta ameaça crescente, a operação PowerOFF não se concentra apenas no desmantelamento das infraestruturas que suportam estes ataques, como também toma medidas proactivas para evitar novos incidentes através da educação e dissuasão. Por exemplo, foi lançada uma campanha publicitária online destinada a dissuadir as pessoas de se envolverem neste tipo de atividades.