O treinador-adjunto de futebol de uma equipa de sub-13 da zona de Almada deixava a sua câmara GoPro acessível aos jogadores do clube que treinava, para que estes se filmassem a tomar banho ou a trocar de roupa, no interior do balneário. Depois, guardava as imagens num disco rígido para ver mais tarde.
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Foi condenado a uma pena de prisão, suspensa, de quatro anos e seis meses, por abuso sexual de crianças e pornografia de menores. Entre 2014 e 2018, sempre que havia treino, jogo ou outra atividade similar, em vez de utilizar os balneários dos treinadores, o agora condenado entrava no dos jogadores do clube e ali ficava, enquanto os menores tomavam duche, insistindo para que o fizessem completamente despidos. Às vezes, simplesmente, deixava a sua GoPro no balneário, acessível às crianças, pois sabia que seria uma tentação a que dificilmente resistiriam.
Foi nessas filmagens, apreendidas e posteriormente visualizadas pelo Tribunal de Almada e agora pelo Tribunal da Relação de Lisboa, que chegou a surgir, aproximando-se dos menores que utilizavam a câmara, “de semblante tranquilo e sereno”, sem se apressar a desligá-la e sem nada dizer. No fundo, “sem os repreender por fazerem algo que, claramente, estava errado”, sustentaram os juízes do Tribunal da Relação de Lisboa, que não acreditaram na versão do arguido, que dizia não ter verificado o que estava registado naquelas gravações, que não apagou.