Três detidos por ataque a autocarro que feriu motorista durante tumultos de outubro
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, ao início da noite desta quarta-feira, três pessoas por terem estado alegadamente envolvidas no incêndio que, a 24 de outubro de 2024, feriu gravemente um motorista da Carris Metropolitana, em Santo António dos Cavaleiros, Loures. Ter-se-á tratado de uma tentativa de homicídio.
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O caso aconteceu na terceira noite de tumultos que se seguiram à morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP na Cova da Moura, na Amadora. No total, arderam, em todas as noites dos desacatos, quatro autocarros e dezenas de carros e caixotes do lixo. O fogo de Santo António dos Cavaleiros foi o único em que alguém foi atingidos pelas chamas.
Esta quarta-feira de manhã, a PJ realizou várias buscas naquela localidade do concelho de Loures, tendo inicialmente, apurou o JN, constituído arguidas seis pessoas. Três foram libertadas mais tarde, por falta de indícios. As restantes foram detidas e vão ser na quinta-feira apresentadas a tribunal, para aplicação de medidas de coação.
A 21 de outubro, a PSP garantiu que Odair Moniz foi baleado depois de ter ameaçado os agentes da PSP com uma faca e depois de terem sido "esgotados" todos os esforços para que este parasse de o fazer. A investigação apurou, entretanto, que o luso-cabo-verdiano, residente no Bairro do Zambujal (Amadora), nunca chegou a empunhar a arma branca.
O polícia que disparou, na casa dos 20 anos, foi constituído arguido por homicídio e está desde então de baixa médica. A investigação da PJ prossegue.
Odair Moniz tinha 43 anos e deixou mulher e três filhos.