
Advogado estava em prisão preventiva mas Tribunal de Sintra alterou a medida de coação
Nuno Pinto Fernandes/Arquivo Global Imagens
Advogado Hugo Machado, acusado de tráfico de pessoas, está em liberdade, depois de o Tribunal de Sintra alterar as medidas de coação.
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Hugo Machado, 42 anos, advogado com escritório em Beja, detido, em 4 de novembro de 2016, por inspetores da Unidade Nacional de Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ), está em liberdade desde quinta-feira, depois do Juiz de Instrução Criminal (TIC) do Tribunal de Sintra ter alterado a medida de coação.
Segundo apurou o JN, tal decisão surge na sequência de uma decisão instrutória do magistrado do TIC de Sintra, depois de alguns dos arguidos no processo terem pedido a abertura de instrução.
Hugo Machado fica agora somente sujeito à proibição de contacto com arguido e testemunhas, não estando suspenso de funções, podendo por isso continuar a exercer a advocacia.
Após a detenção no âmbito da operação "Corda Bamba", o causídico bejense foi ouvido em primeiro interrogatório e colocado em prisão preventiva.
Em finais de novembro de 2016, o Ministério Público deduziu acusação contra 26 arguidos, entre os quais o advogado, por um crime de associação criminosa e 35 crimes do tráfico de pessoas e 4 deles ainda pelo crime de posse de arma proibida.
O processo teve início em dezembro de 2015 e foi titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) 4ª secção do Ministério Público (MP) de Sintra, resultando da extração de uma certidão de um outro processo também dirigido pela 4.ª secção do DIAP de Sintra, em colaboração da UNCT.
A ação policial levou à detenção de 18 pessoas, 13 homens e cinco mulheres, depois de mais de 30 buscas realizadas durante toda a manhã do dia 17 de novembro de 2015, em vários pontos do território, mas sobretudo na zona Oeste, mais concretamente em Óbidos e na Ericeira, no litoral alentejano, em especial em Santiago do Cacém, Vila Nova de Milfontes, Odemira e São Teotónio, e ainda em Serpa e Cabeça Gorda.
Na altura das detenções, Hugo Machado patrocinou cinco dos indivíduos detidos, entre eles o arguido, tido como líder do grupo, Victor Bambaloi.
Outro cidadão português, este residente em Serpa, foi também restituído à liberdade na quinta-feira. Há ainda outros dois cidadãos portugueses acusados, mas sempre estiveram em liberdade, mediante termo de identidade e residência. Os restantes são cidadãos romenos e búlgaros, que estão em prisão preventiva.
