O Tribunal de Braga condenou, esta segunda-feira, Fernando Almeida a 22 anos de prisão pelo homicídio qualificado da mãe de 89 anos, em junho de 2022 em Carvalhas, Barcelos.
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Na valoração da pena, o coletivo de juízes teve em conta que é reincidente, já que cometeu, há vários anos atrás, outro crime de violência sexual em Vila do Conde, e tinha saído dois meses antes da prisão. O arguido foi ainda declarado "indigno" de receber a sua parte na herança da progenitora.
No dia do crime, e conforme o JN noticiou, o Tribunal concluiu que apertou o nariz e a boca da mãe com tanta força que lhe provocou várias feridas. A seguir, telefonou a uma irmã dizendo: "Morreu, fui eu que a matei!" E foi ao café declarar o mesmo: "A velha está morta. Vinde a nossa casa, ela está morta em cima da cama". Foi, ainda, pedir ajuda a um vizinho. Uma versão que desmentiu, a seguir, quando interrogado pela PJ e pela GNR.
No dia seguinte, contou aos jornalistas no local que estava na cozinha, ouviu um barulho e supôs que a mãe estivesse a fugir, por, alegadamente, padecer da doença de Alzheimer. "Pensei: lá vai ela fugir outra vez. Fui ao quarto dela e não estava na cama, estava caída no chão e nua e morta. Peguei nela, pu-la em cima da cama", disse. Mas a autópsia provou o crime.
Na fase de instrução, a defesa de Fernando Almeida, de 51 anos, que está em prisão preventiva em Braga, defendeu que não devia ser julgado por sofrer de doença psiquiátrica, mas o juiz não atendeu o pedido. Uma decisão mantida pelo coletivo que o julgou.
A acusação dizia que, no dia do crime, o arguido estava a beber vinho em casa. A mãe, Lucinda Ribeiro, ralhou-lhe, pedindo-lhe que parasse de beber, já que o fazia constantemente, tornando-se violento e agredindo-a. Discutiram, ele deixou cair a garrafa e o copo no chão e começou a bater-lhe com um objeto não identificado na cabeça. Empurrou-a para a cama e asfixiou-a.
A falecida chegou a queixar-se à GNR de que o filho queria dormir com ela na mesma cama, ao que não acedeu por ter medo de ser violada.