O Tribunal da Relação do Porto manteve a pena de 18 anos de prisão a Marco Orelhas e de 20 anos de cadeia aplicada ao filho Renato, pelo homicídio de Igor Silva, cometido durante os festejos do título de campeão nacional do F. C. Porto, na madrugada de 8 de maio de 2022.
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Os juízes desembargadores decidiram manter as penas decretadas pelo tribunal de São João Novo ao pai e filho, mas também a Paulo Cardoso, cunhado de Marco, conhecido como "Chanfras", igualmente condenado a 18 anos de prisão. As sentenças de um ano de cadeia com suspensão de pena aplicadas a Iara Gonçalves, filha de Orelhas, e a Cassandra Costa também foram mantidas.
Já a companheira de Marco, que fora condenada em maio deste ano a um ano e oito meses, suspensa na sua execução, viu a sua pena ser aumentada para dois anos e seis meses, suspensa por quatro anos.
O homicídio de Igor Silva, então com 26 anos, foi cometido nas imediações do Estádio do Dragão, no Porto, durante os festejos da conquista do título de campeão nacional, em 2022. A família foi condenada por ter montado uma emboscada a Igor, tendo sido Renato, de 20 anos, quem liderou a "perseguição desenfreada" e esfaqueou a vítima 18 vezes, em três momentos diferentes.
Na origem das desavenças estão confrontos anteriores entre Renato e um irmão de Igor e, depois, entre este e Renato e a irmã Iara.
Horas antes do homicídio, no Estádio da Luz, durante o jogo entre o F.C. Porto e o Benfica que viria a dar o título aos dragões, pai e filho cruzaram-se com Igor e gerou-se uma discussão, sanada no momento. Porém, já na cidade do Porto, Renato voltaria a cruzar-se com a vítima, perseguindo-a com a ajuda dos familiares. Igor acabou morto naquela madrugada, na Alameda do Dragão.
Os desembargadores do Tribunal da Relação do Porto entenderam manter as penas aplicadas pelo coletivo do Tribunal de São João Novo, por considerarem que eram justas e proporcionais aos crimes cometidos pelos arguidos.
Recorde-se que, na primeira instância, a juíza-presidente afirmou que os arguidos agiram em "conjugação de esforços", perseguindo, manietando e desferindo sucessivos golpes em Igor Silva, impedindo a sua fuga. "Não souberam refrear os seus impulsos, agindo por vingança e numa escalada de violência movida por desavenças familiares", afirmou Isabel Teixeira.