Uma das mais violentas organizações da Europa tinha centro de operações em Lisboa
Uma das mais violentas organizações da Europa, a Mocro Maffia, tinha em Lisboa um dos seus centros de operações. Era, aliás, na capital portuguesa que vivia um dos elementos de topo da rede dedicada ao tráfico de droga, raptos e sequestros.
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Juntamente com um comparsa, este criminoso foi detido, nesta terça-feira, pela Polícia Judiciária (PJ).
Originária dos Países Baixos, a Mocro Maffia cresceu a traficar cocaína através dos principais portos do centro da Europa, especialmente Roterdão e Antuérpia, e ao longo dos anos foi diversificando a sua atividade criminosa. Hoje, esta organização é encarada pelas autoridades como uma das perigosas da Europa e para isso muito contribuiu os atos violentos que foi cometendo para assegurar o domínio do território onde está instalada.
Polícias, mas também políticos e até membros da família real dos Países Baixos foram assassinados, agredidos ou alvo de ameaças de sequestro.
Agora, ficou-se a saber que a Mocro Maffia também tinha ligações a Portugal. Segundo um comunicado da PJ, “na sequência das investigações desenvolvidas, foi possível identificar um dos centros de operações deste grupo criminoso, situado na zona metropolitana de Lisboa”. Era em Portugal que um elemento importante da rede criminosa “residia e a partir do qual dirigia e coordenava as operações”.
O suspeito, assim como um comparsa, foi detido nesta terça-feira, no âmbito da Operação Labirinto, levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ. “Foram detidos dois cidadãos estrangeiros, de 48 e 52 anos, um deles alvo de pedido de detenção por parte dos Países Baixos, e outro procurado internacionalmente pela Interpol e sobre o qual pendem vários mandados de captura pelo crime de homicídio”, avança a PJ.
A Judiciária acrescenta que a “operação foi realizada simultaneamente nos dois países e permitiu desmantelar a infraestrutura do grupo de crime organizado indiciado por tráfico de droga, participação em organização criminosa, rapto, tomada de reféns e sequestro”.
Usam armas de guerra para cometer crimes
Nos últimos dias, foram também realizadas “duas buscas, das quais resultou a apreensão de elevadas quantidades de dinheiro, vários veículos topo de gama, bens de luxo, sistemas de comunicações e diverso equipamento informático”.
A PJ destaca que, “dado o grande potencial económico da organização, os seus membros dispunham de fortes medidas de segurança e autoproteção, nomeadamente de meios avançados de transmissão de informação, tanto a nível individual como o utilizado no uso de contra medidas policiais”.
E não hesitaram em praticar “vários crimes violentos, que visaram a posse da droga, através do uso da força e com recurso a armas de guerra”.
Os dois detidos serão levados a tribunal durante esta quarta-feira para ficarem a conhecer as medidas de coação.