Um jovem de 23 anos detido na terça-feira, em Cascais, por pornografia de menores, foi denunciado pela mãe de uma menina de 11 anos, da região de Leiria, que enviou ao suspeito imagens de nudez.
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Apesar de não ser a primeira vez que o suspeito é arguido por aquele tipo de crime, o Tribunal de Santarém libertou-o, na condição de o não usar redes sociais e se apresentar duas vezes por semana na GNR.
O diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, Avelino Lima, revela ao JN que “chegou ao conhecimento da mãe da criança a partilha de conteúdos de teor sexual”, o que a levou a denunciar o caso, há menos de quatro meses.
As provas recolhidas na casa do jovem de 23 anos permitiram identificar, até ao momento, crianças do sexo feminino entre os 8 e os 15 anos de idade, de vários pontos do país. Embora não saiba precisar o número de imagens e de vídeos de natureza sexual, armazenados em múltiplos ficheiros, Avelino Lima garante que são “quantidades bastante elevadas”.
Ficheiros encriptados
“Só uma perícia mais pormenorizada ao telemóvel do suspeito, apreendido nas buscas, permitirá ajudar a identificar as vítimas”, esclarece o diretor da PJ de Leiria. “O telemóvel tem uma dimensão incrível de ficheiros encriptados.”
Avelino Lima explica que as perícias serão ainda determinantes para apurar se, além da posse das imagens e dos vídeos, o suspeito as partilhava. Os pais das meninas identificadas serão informados, e “podem ser chamados ao processo para se perceber a história e o contexto”.
No momento da detenção, o suspeito do crime de pornografia de menores não ofereceu resistência. Funcionário de uma lavandaria do concelho de Cascais, o jovem já foi alvo de três investigações desde 2019. Avelino Lima refere que foi constituído arguido em duas delas, e que ainda existem “investigações pendentes”.
Apesar de não ter registo de condenações do suspeito do crime de pornografia de menores, acredita que “o histórico policial deve ser apreciado pelo juiz”. Admite ainda a possibilidade de haver junção dos processos, uma vez que os crimes são da mesma natureza.
“O modus operandi foi sempre o mesmo: iniciar conversações com menores, via perfis criados nas redes sociais TikTok e WhatsApp, e sugerir a partilha de imagens Íntimas”, refere um comunicado da força policial. “A PJ alerta, uma vez mais, para a importância da monitorização e acompanhamento, da utilização, por parte de crianças e jovens, das redes sociais.”