Uma mulher, de 25 anos, que agrediu violentamente uma médica, de 64, no Serviço de Urgência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, em dezembro de 2019, vai ter de pedir desculpa à vítima e indemniza-la. O Tribunal de Setúbal aceitou o encerramento do inquérito-crime com a suspensão provisória do processo, mediante a concordância da vítima, pelo que a agressora não será julgada pelo crime de ofensas à integridade física qualificadas.
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As agressões deram-se na madrugada de 27 de dezembro de 2019, conforme o JN noticiou em primeira mão. Pelas 2 horas, agressora e vítima estavam no gabinete de observação do Serviço de Urgência e começou uma discussão.
A utente sovou a vítima, puxando-lhe ainda os cabelos e enfiando-lhe um dedo num olho. Só a intervenção da equipa de segurança no hospital parou as agressões. A agressora justificou depois que não tinha gostado da forma como a médica lhe falara.
A médica foi transportada de urgência para o Hospital São José, em Lisboa, para ser submetida a cirurgia e teve alta ainda durante a manhã seguinte. Não voltou a trabalhar no hospital. A agressora foi identificada pela PSP ainda no hospital e libertada. Mais tarde foi constituída arguida.
Findo o inquérito, de acordo com informações prestadas pelo Ministério Público ao JN, o MP considerou que os elementos de prova recolhidos indiciavam a prática pela arguida do crime de ofensas à integridade física qualificada.
"Concluiu-se estarem reunidos os requisitos para a suspensão provisória do processo e, nesta conformidade, foi o processo de inquérito suspenso pelo prazo de dez meses, ficando a arguida sujeita a indemnizar a vítima e a efetuar um pedido de desculpa", decidiu.