O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, anunciou, esta manhã de segunda-feira, que irá abrir uma nova esquadra na Avenida da Liberdade, zona onde se têm registado crimes mais violentos.
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“Vamos conseguir ter uma nova esquadra, com a ajuda dos nossos serviços, para podermos ter a Polícia Municipal e a PSP mais presentes, por exemplo, na Avenida da Liberdade. Diria que, dentro das próximas semanas, vamos conseguir [abrir a esquadra]”, anunciou Moedas, salientando que a criminalidade não tem aumentado, mas tem crescido “a violência dos crimes”.
“Os dados que me foram transmitidos é que não havia mais crimes, mas eram cometidos com mais violência. Por exemplo, um assalto, que antigamente puxavam uma carteira, agora é com uma faca, ou tem uma parte de violência mais forte. Isso é muito perigoso para a cidade”, alertou o autarca, lembrando que Lisboa “é uma cidade segura” e quer impedir que se torne insegura.
“O nosso maior ativo como cidade é a segurança, era uma cidade em que as pessoas sabiam que não existia esse tipo de violência. Continuamos a ser uma cidade muito segura, mas mais violência pode levar-nos a outros caminhos. Estou a tentar atuar antes que isso aconteça”, assegurou.
Moedas explicou que “há muitos mais sítios em que precisamos dessa visibilidade da polícia”, mas, admitiu, na Avenida da Liberdade “temos estado a ter alguns problemas”. “Tenho chamadas todos os dias dos comerciantes, dos restaurantes e também relatos de alguns turistas que são ameaçados no meio da Avenida da Liberdade. Isso não pode acontecer”, frisou, após ter recebido 25 novos elementos da Polícia Municipal de Lisboa, nos Paços do Concelho.
Na cerimónia, o líder da autarquia lisboeta aproveitou para reforçar o apelo da semana passada, quando esteve no Porto a reclamar, juntamente com o homólogo Rui Moreira, um reforço de 50% no contingente policial.
“Temos de continuar porque precisamos de muitos mais, vocês são apenas uma gota na água daquilo que precisamos na polícia municipal”, disse, dirigindo-se aos 25 novos polícias. “Temos 400 polícias, agora convosco 425, mas deveríamos ter 600. Vamos esperar que este Governo cumpra e possamos ter muitos mais nos meses que vêm, para termos pelo menos 50 por ano. Queríamos ter pelo menos mais 200”, exigiu, lembrando que “há um défice de polícias municipais”.
“Tínhamos pedido ao Governo anterior e tinha sido acordado mais 200, porque há muitos que se estão a reformar, outros podem sair e já estamos no limite. Vejo pouca polícia na rua, pouca PSP, nós também precisamos de mais PSP em Lisboa, não é só da Polícia Municipal”, apelou, defendendo ainda “mais esquadras”. “Muitas vezes foram retiradas esquadras dizendo que depois a polícia estaria mais presente e mais visível e isso não é verdade”, criticou Moedas, que "em breve" reunirá com a Ministra da Administração Interna.