Empresários acusados de criar uma bolsa de empresas que ganhavam todas as obras e serviços. Adjudicações feitas à medida para pagar corrupção.
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Os empresários acusados de terem subornado os dirigentes da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDF) terão montado um esquema de corrupção tão organizado que seriam estes a fixar os valores das adjudicações diretas a pagar pelos cofres do Estado. E mais, as verbas que a Defesa pagava às empresas vencedoras dos concursos viciados já incluíam sistematicamente o valor das luvas e comissões ocultas, que atingiram 1,4 milhões de euros.
De acordo com a acusação, Alberto Coelho, o ex-diretor-geral da DGRDF, assim como o ex-diretor de Finanças, Paulo Branco, e o antigo diretor de Infraestruturas e Património Francisco Marques decidiram aproveitar as funções de altos dirigentes do Estado para enriquecer à custa dos contratos da Defesa. Para isso, acordaram com os empresários André Barros, Manuel Sousa e Paulo Machado, todos ligados a empresas de construção civil e engenharia de Lisboa, luvas em troca da obtenção de adjudicações de serviços e obras públicas.