O traficante de drogas lusodescendente Edouard Fernando Pinto da Costa que foi capturado pela Guardia Civil espanhola, no mês passado, recorreu a pelo menos duas identidades falsas para escapar ao controlo das autoridades durante os cerca de três anos em que esteve fugido. O foragido, recorde-se, tinha sido condenado em França por fazer parte de uma rede criminosa de tráfico de droga e branqueamento de capitais e estava a ser procurado desde 2019.
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A primeira identidade falsa foi precisamente descoberta em setembro de 2021, quando o fugitivo, ao abrigo de um mandado de detenção internacional, foi detido pela Polícia Judiciária de Faro. Quando confirmavam a sua identificação, os inspetores descobriram que, afinal, tinha consigo documentação falsa em nome de "Fernando Domingues".
A detenção viria a ser sol de pouca dura porque, durante as diligências, Edouard, aproveitando-se de um descuido, escapuliu-se das instalações da diretoria do Sul da PJ. Após fugir, e com suspeitas de que estivesse em Espanha, as autoridades ibéricas começaram a seguir o rasto de diversas pessoas relacionadas com o suspeito. Na mira estava a alegada namorada francesa, mas de origem marroquina, que vivia no sul de Portugal, segundo noticia o "El País".
Decorridos vários meses de vigilância discreta, e depois de verificarem que esta mulher viajava com frequência para Marbella, a Guardia Civil localizou, em dezembro passado, o foragido numa superfície comercial e avançou para a sua detenção num supermercado. Assim que foi capturado, constatou-se que vivia com outra identidade falsa: "Paco Arnaud Van Damme".
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O periódico espanhol destaca que, além de residir na área mais luxuosa da Costa del Sol, a Golden Mile, Edouard Pinto da Costa conduzia carros de luxo e tinha os filhos a frequentar as melhores escolas privadas. Considerado uma peça chave da rede de narcotráfico que operava entre a Bélgica, a Holanda e a Espanha, o até então fugitivo terá começado a ter problemas com a Justiça em 2016, quando foi apanhado com 700 mil euros em dinheiro.