Dois elementos do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP) e um recluso tiveram de ser socorridos, na manhã desta quinta-feira, depois da viatura em que seguiam ter sofrido uma grave avaria mecânica, junto ao posto fronteiriço de Caia, em Elvas.
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A viatura avariada foi oferecida pelos serviços prisionais dos Países Baixos, tem 15 anos, cerca de 450 mil quilómetros e é, para os guardas prisionais, um exemplo da degradação do parque automóvel disponível nas cadeias que, tal como o JN avançou, está a impedir a presença de presos nos tribunais e consultas médicas.
A carrinha dos serviços prisionais partiu do estabelecimento prisional de Lisboa com dois guardas do GISP e três presos a bordo. Um deles seria transferido para a prisão de Elvas e os outros dois seriam entregues às autoridades espanholas, numa operação marcada para o posto fronteiriço de Caia e que decorreu sem problemas.
O pior aconteceu quando os membros do GISP se preparavam para continuar viagem até Elvas e a viatura avariou. Sem possibilidade para encontrar uma solução rápida para o problema mecânico, os guardas prisionais tiveram de pedir ajuda aos colegas da cadeia de Elvas, que se deslocaram a Caia para recolher o terceiro preso e levá-lo para a cela.
“Após a entrega de dois reclusos às autoridades espanholas, a viatura celular em que se procedia ao transporte sofreu uma avaria (partiu-se a correia de direção), tendo-se a diligência concluído (transporte de um terceiro recluso) com o apoio de viatura do Estabelecimento Prisional de Elvas”, confirma a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
Os elementos do GISP também acabariam por se dirigir a Elvas, mas num carro particular, cujo proprietário se disponibilizou para os transportar até àquele destino.
Cadeia sem condições logísticas
Já a carrinha dos serviços prisionais portugueses só abandonou o local de reboque. A DGRSP refere que “a viatura celular que se avariou foi oferecida à DGRSP pelos serviços congéneres dos Países Baixos” e o JN apurou que tem 15 anos e já percorreu cerca de 450 mil quilómetros.
“Esta é mais uma situação que prova a degradação das viaturas dos serviços prisionais”, sublinha o presidente da Associação de Chefias do Corpo da Guarda Prisional. Hermínio Barradas garante, aliás, que caso esta situação tivesse ocorrido na quarta-feira, “não havia condições logísticas na cadeia de Elvas para proceder ao socorro dos colegas e ir buscar o preso” ao posto fronteiriço.
Na edição desta quinta-feira, o JN contou que o início de um julgamento teve de ser adiado duas vezes, porque a cadeia de Custóias, em Matosinhos, não dispunha de guardas prisionais ou viaturas para transportar um preso preventivo ao Tribunal de Santa Maria da Feira. O caso levou o juiz a solicitar à DGRSP que indicasse uma data para o início das diligências.