O anterior presidente do Benfica afirma, num pedido de indemnização deduzido no novo processo contra o fundador do Football Leaks, Rui Pinto, que as suspeitas que este lançou sobre o clube impediram-no de alcançar o inédito “pentacampeonato” – 5.º título consecutivo de campeão nacional de futebol – na época 2017-18.
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“[As suspeitas] levaram a equipa sénior de futebol profissional a interromper uma série de quatro anos consecutivos de vitórias no campeonato nacional de futebol, com as inerentes consequências para toda a estrutura, nomeadamente o seu presidente”, lê-se no pedido de indemnização, citado na edição do jornal “Público” desta quarta-feira, que acrescenta: “Foi o início do fim da era Vieira no Sport Lisboa e Benfica.”
Naquela época, a cinco jornadas do fim, o Benfica liderava o campeonato, sob o comando do treinador Rui Vitória. Mas, à 30.º jornada, recebeu o F. C. Porto e perdeu o jogo por 1-0, com o golo a ser marcado pelo médio Hector Herrera aos 90’. O Porto subiu então ao primeiro lugar do campeonato, com mais dois pontos do que o Benfica, e veio a sagrar-se campeão nessa temporada.
Luís Filipe Vieira pede uma indemnização de 31 mil euros, no novo processo em que Rui Pinto acaba de ser acusado de 377 crimes, por alegada devassa do sistema informático do Benfica, de juízes e procuradores, de empresas da empresária angolana Isabel dos Santos, da Liga de Clubes. O primeiro processo de Rui Pinto tem leitura de sentença agendada para 11 de setembro.
No novo processo, ainda segundo o Ministério Público, Rui Pinto exfiltrou caixas de correio de 25 colaboradores do Benfica, incluindo do seu então presidente, e partilhou emails tanto em blogues como com o diretor de comuinicação do F. C. Porto, Francisco J. Marques.
Em 12 de junho deste ano, noutro processo, Francisco J. Marques foi condenado numa pena de prisão de um ano e dez meses de prisão, suspensa na sua execução, por ter divulgado, no Porto Canal, alguma daquela informação.
O diretor de conteúdos do Porto Canal, Diogo Faria, também foi condenado por violação de correspondência, na forma agravada, numa de nove meses.
Segundo o “Público”, no seu pedido de indemnização, Luís Filipe Vieira afirma que Rui Pinto também acedeu a informação pessoal, deixando-o com sentimentos de "revolta, angústia e devassa".
Vieira diz ainda que, por causa do pirata informático, "viveu um período dramático no clube, tentando, por um lado e enquanto líder, serenar os ânimos necessariamente perturbados dos atletas, colaboradores e parceiros de negócios e, por outro, tentando arranjar uma soluçlão para impedir o permanente acesso de divulgação pública de emails e informações privadas".