O ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, foi esta quarta-feira interrogado durante mais de duas horas pelo Ministério Público no âmbito da investigação a um alegado plano dos encarnados para controlar, ilicitamente, o futebol português, com recurso a transferências de jogadores para clubes de menor dimensão.
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A diligência decorreu à porta fechada no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em Lisboa. À chegada, Luís Filipe Vieira garantiu, aos jornalistas, que pretendia dar "todas" as explicações aos procuradores. Mais de duas horas depois, abandonou as instalações em silêncio, acompanhado pelo seu advogado, Magalhães e Silva.
O mandatário assegurou que nenhuma questão ficou por responder, restando agora aguardar as conclusões do Ministério Público, cuja investigação está já na reta final. Os atos sob suspeita remontam a 2016 e 2017 e em causa estão sobretudo transferências de jogadores entre o Benfica e o Vitória de Setúbal.
O chamado caso dos e-mails do Benfica abarca vários inquéritos e os procuradores acreditam que terão sido praticados crimes de recebimento indevido de vantagem e fraude fiscal. As suspeitas de corrupção foram entretanto afastadas.
O atual presidente do Benfica, Rui Costa, à data administrador e vice-presidente, já foi igualmente interrogado, há cerca de um mês, no DCIAP. O ex-administrador dos encarnados Domingos Soares Oliveira e o antigo assessor jurídico do clube Paulo Gonçalves são também arguidos.
Os suspeitos têm, em geral, rejeitado a prática de qualquer crime.