Os interrogatórios dos arguidos detidos na Operação Cartão Vermelho foram suspensos, já depois das 20 horas desta sexta-feira, pelo que o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, só vai ser ouvido amanhã, sábado.
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O advogado do dirigente benfiquista, Manuel Magalhães e Silva, antevê um depoimento longo, dada a extensão dos factos por que Luís Filipe Vieira está indiciado. "Vai prestar declarações. Não há razão para que não responda [a todas as questões], a não ser que seja alguma coisa inconveniente. À matéria da indiciação, sim, vai responder a todas as questões que lhe puserem", adiantou, à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, o causídico.
Nesta sexta-feira, o juiz de instrução criminal do processo, Carlos Alexandre, começou por ouvir José António dos Santos, o empresário conhecido como o "Rei dos Frangos". Seguiu-se o advogado e agente de futebol Bruno Macedo e, depois, o empresário e filho do líder benfiquista, Tiago Vieira. Cada um falou durante mais de duas horas.
Segundo Magalhães e Silva, Luís Filipe Vieira reagiu "muito bem" ao facto de o seu interrogatório acontecer apenas no sábado e de ser obrigado a passar pelo menos mais uma noite nos calabouços da sede do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, em Moscavide, Loures, onte tem sido tratado "com o cuidado que qualquer cidadão merece".
"Percebeu, efetivamente, que [...] representaria uma enorme violência estar a prestar declarações com os esclarecimentos que naturalmente quer prestar com o juiz cansado, o procurador da República cansado, com os funcionários cansados, eu cansado, cansado. Não há nada que canse mais do que uma espera durante um dia inteiro", justificou Magalhães e Silva, à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.
Este sábado, depois do interrogatório de Luís Filipe Vieira, o juiz de instrução deverá determinar as medidas de coação a aplicar àqueles quatro arguidos. Há suspeitas de abuso de confiança, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento, em negócios e financiamentos que terão lesado o Estado e várias sociedades.
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