Cerca de dez vigilantes concentraram-se, esta sexta-feira de manhã, em frente à Assembleia da República, em Lisboa, por melhores salários, mais fiscalização das empresas e autorização para uso de armas não letais. O grupo aguardava a chegada, ao início da tarde, de cerca de uma centena de colegas do Norte do país.
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O protesto, sem ligação sindical, aconteceu quando, dentro do Parlamento, decorriam o debate e votação finais do Orçamento do Estado para 2025 e se concentravam, no mesmo largo, centenas de participantes numa outra concentração organizada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), igualmente por melhores salários.
"Noventa e cinco por cento do património do Estado são os seguranças que protegem e estão-se pouco marimbando para nós", lamentou, ao JN, Nuno Grácio, de 23 anos e vigilante há quatro anos na área da Área Metropolitana de Lisboa e do Vale do Tejo.
Em 2025, o salário aumentará de 912 para 960 euros brutos, um valor que o vigilante considera insuficiente atendendo aos riscos que correm, nomeadamente na noite de Lisboa. Gonçalo Francisco, de 24 anos e segurança há cinco, queixa-se ainda que há colegas a fazer 250 horas a mais por mês sem que tal seja recompensado como trabalho extraordinário.
A fiscalização pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) do cumprimento do Contrato Coletivo de Trabalho por que estão abrangidos é outra das reivindicações, bem como a autorização para posse e uso, com formação adequada, de armas não letais.
"Temos vindo a ser desrespeitados", desabafou Nuno Grácio, para justificar o porquê de o grupo se ter decidido concentrar, esta sexta-feira, em frente à Assembleia da República.