Villas-Boas não vê necessidade de voltar ao julgamento da Pretoriano para explicar vídeo
O presidente do F. C. Porto, André Villas-Boas, não vê utilidade em voltar ao julgamento da Operação Pretoriano para explicar o conteúdo do vídeo, gravado no período pré-eleitoral do clube, que é considerado como um apelo ao voto ilegal por parte da defesa dos arguidos.
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Num requerimento enviado ao Tribunal de São João Novo, onde está a ser julgado o ex-líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, e outros 11 arguidos, as advogadas do F. C. Porto manifestam total disponibilidade de André Villas-Boas em ir prestar esclarecimentos sobre o vídeo.
Porém, também dizem que chamar novamente a testemunha “não terá qualquer utilidade, uma vez que as declarações que prestou no dia 24 de março são inequívocas e jamais poderão ser interpretadas como o foram pela defesa de Fernando Saul salvo, eventualmente, por quem esteja ligado a comportamentos como aqueles a que os arguidos incitam no sentido da utilização de cartões de sócios por outros sócios”, lê-se no requerimento das advogadas Sofia Branco e Patrícia Peixoto, que não se opõem à junção do vídeo ao processo.
Recorde-se que, numa das anteriores sessões de julgamento, a advogada de Fernando Saul, Cristiana Carvalho, pediu para juntar ao processo um vídeo onde alegadamente aparece Villas-Boas a incentivar as pessoas a irem votar nas eleições de abril, dando conta de que, se por algum motivo estivessem impedidas de o fazer, que pedissem a alguém que fosse no seu lugar. Antes, o presidente portista tinha garantido que não tinha feito esse apelo, o que motivou então o pedido da advogada de Fernando Saul para juntar esse vídeo ao processo.
No requerimento, as advogadas do F. C. Porto confirmam a veracidade do vídeo e transcrevem o que foi dito por Villas-Boas, num evento de campanha, em Arouca: “Não hesitem em exercer o vosso direito de voto. Se não podem exercê-lo por terem esses compromissos familiares, convençam alguém que possa ir por vocês e que também estava hesitante, mas que esteja disponível, e exerçam-no em direito e liberdade no que acreditam.”
Para as advogadas, com este apelo, Villas-Boas não incitou ninguém para que reunisse o maior número de cartões de sócio “para serem utilizados por terceiros, nomeadamente por quem não fosse sócio do F. C. Porto”.
O coletivo de juízes ainda não decidiu se junta o vídeo ao processo e se o dirigente dos dragões é novamente chamado ao tribunal para dar esclarecimentos sobre o mesmo.